Doutoranda da UCDB desenvolve teste rápido para leishmaniose animal

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Pesquisa de doutorado desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Biotecnologia — Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) criou um teste molecular para o diagnóstico de leishmaniose em cães e animais silvestres mais rápido e acessível que os métodos convencionais. O estudo, que originou uma startup, tem potencial para auxiliar no controle da zoonose no Brasil.

A tese desenvolvida por Caroline Paes dos Santos foi orientada pela professora Dra. Carina Elisei de Oliveira e avaliada pela banca formada por Dr. Guilherme Gomes Verocai (Texas A&M), Dra. Lenita Ramires dos Santos (Embrapa), Dra. Lia Carolina Kuckzera (Fiocruz) e Dr. Cristiano Marcelo Espínola Carvalho (UCDB).

O teste desenvolvido pela doutoranda detecta o DNA do parasita Leishmania infantum em amostras de sangue, com sensibilidade superior a 80%. A principal inovação é a tecnologia isotérmica, que reduz o tempo de análise em mais de uma hora e dispensa equipamentos complexos de laboratório.

A pesquisa foi validada em 277 cães e 26 pequenos mamíferos silvestres, demonstrando alta capacidade de detecção da doença. Os resultados indicaram que o método, chamado de LeishLAMP, pode ser uma alternativa eficaz para a vigilância epidemiológica, especialmente em locais com recursos limitados. “Um dos diferenciais do estudo foi realizar o teste em uma área endêmica, como Campo Grande, e testar um grande número de amostras”, destacou Caroline.

Do laboratório ao mercado

O projeto, que recebeu financiamento da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) por meio da Chamada Mulheres na Ciência, também foi contemplado pelo Programa Centelha. A iniciativa resultou na criação da startup Lamp Lab, que agora busca validar o teste para que chegue às clínicas veterinárias.

De acordo com Carolina, que cursou mestrado e doutorado na UCDB, os próximos passos da pesquisa incluem a aplicação da mesma tecnologia para a detecção de outros patógenos. A pesquisadora reforça a importância de diagnósticos rápidos e de baixo custo, que podem contribuir para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).