15/04/2020 - 7:00 - Mestrados e Doutorados
Fonte: Natalie Malulei
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Por conta das medidas de prevenção ao novo coronavírus adotadas pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), na manhã de segunda-feira (13), Thayliny Zardo, doutoranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Desenvolvimento Local da Instituição, apresentou a tese desenvolvida durante o curso para a banca avaliadora por meio de videoconferência.
Sob a orientação da professora Dra. Arlinda Cantero Dorsa e coorientação do docente Dr. Michel Constantino, Thayliny abordou o seguinte tema “O programa Justiça Restaurativa na Escola em Campo Grande (MS) sob a perspectiva do Desenvolvimento Local”. O foco principal do trabalho foi a justiça restaurativa – um método consensual de resolver conflitos pautado no diálogo e na mediação – aplicada no ambiente escolar a partir de um programa resultado da parceria entre o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) e as secretarias municipal e estadual de educação.
A iniciativa é chamada de “Justiça Restaurativa na Escola” e possui uma equipe de trabalho mesclada que inclui servidores públicos do TJ-MS, além de professores contratados pelo estado e pelo município que foram cedidos para atuarem no programa. De acordo com Thayliny, simultaneamente à mediação de conflitos, o grupo também atua de maneira preventiva de modo a evitar situações de atrito no ambiente escolar, por conta disso, uma das vertentes da pesquisa feita pela doutoranda, foi o acompanhamento das atividades desenvolvidas. “Fui até as escolas e participei das reuniões junto com os profissionais no período de janeiro de 2018 até junho do mesmo ano”, explicou a discente.
Mais do que citar o acompanhamento das equipes de trabalho, a tese de Thayliny também se debruçou em cima de dados retroativos obtidos pelo programa. A doutoranda analisou o resultado de dois questionários aplicados em colaboradores de 8 escolas estaduais e 5 municipais entre os anos de 2015 e 2017 que tinham o objetivo de identificar o quão violento era o ambiente dentro das instituições de ensino, além do nível de sensação de segurança que os funcionários possuíam.
“Um questionário é chamado de ‘diagnóstico situacional’. Ele possui 8 perguntas objetivas e uma dissertativa e é voltado para avaliar o nível de violência dentro da escola. Já o outro é chamado de ‘termômetro da violência’ e traz questionamentos sobre como o funcionário se sente na escola e se há insegurança durante o trajeto de casa para o local de trabalho. Além disso, também questiona se o colaborador já tinha se envolvido com algumas condutas, como ameaça, e com que frequência isso acontecia”, esclareceu Thayliny.
De acordo com a doutoranda, as respostas foram catalogadas e os dados quantitativos e qualitativos foram analisados com a proposta de interpretar a percepção dos funcionários entrevistados; identificar qual seria a melhor maneira de resolver o problema da violência na visão deles e se, neste contexto, caberia, ou não, o uso da justiça restaurativa. “As respostas demonstram que há um cenário favorável para receber a justiça restaurativa, porque apesar de existir a violência, diretores, professores e até as merendeiras acreditam que o diálogo seja a melhor maneira de resolver conflitos e essa é a principal ferramenta utilizada pelo método. Porém, ainda que exista um cenário favorável para a justiça restaurativa, existem certas resistências e obstáculos que impedem a plena eficácia dela como questões políticas e institucionais, além de problemas estruturais”, pontuou Thayliny.
Além da orientadora e do coorientador da pesquisa, participaram da banca avaliadora os professores da UCDB Dr. Pedro Pereira Borges e Dra. Cleonice Alexandre Le Bourlegat, o docente da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems) Dr. Daniel Abrão e a professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) Dra. Rejane Alves de Arruda.
Curso foi oferecido pela Cruz Vermelha Filial Mato Grosso do Sul
Evento foi realizado de 19 a 21 de junho, no Colégio Dom Bosco, em Campo Grande
Prazo termina na próxima quinta-feira (26/06)