31/07/2020 - 7:00 - Mestrados e Doutorados
Fonte: Natalie Malulei
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Na tarde dessa quinta-feira (30), o Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Desenvolvimento Local da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) promoveu a defesa de dissertação de Maria Madalena Dib Mereb Greco. Por meio de videoconferência, a pesquisadora apresentou o estudo desenvolvido à banca avaliadora, composta pela a orientadora do trabalho Dra. Maria Augusta de Castilho, pela Dra. Dolores Pereira Ribeiro Coutinho, professora da Católica, e pelo Dr. Valmir Batista Correa, do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul (IHGMS).
Com o título “Ressignificação do conjunto da antiga estrada de ferro noroeste do Brasil / Rede Ferroviária Federal e reterritorialização da Vila Ferroviária, em Campo Grande (MS)”, a dissertação feita por Maria Madalena traz um levantamento que reúne informações populacionais e uma retrospectiva histórica. Além disso, a pesquisa explora quem são os ferroviários que habitam a região, de que maneira eles enxergam o espaço e busca identificar porque houve uma mudança no modo com que essas pessoas veem as ações vindas de fora.
“No período em que existiu, a ferrovia dominava o espaço, não só dentro dela, como empresa, mas também na vila, inclusive, na distribuição espacial das casas e nas normas do que era, ou não, permitido. Quando o empreendimento acabou, a estrutura desmoronou, os ferroviários perderam a voz e foram em busca de instituições que os representassem. Após esse contexto, no período de 1996 a 2002, houve um apelo muito grande do próprio morador e das associações para que a cidade reconhecesse a Vila Ferroviária como um espaço cultural e de preservação da memória. Hoje, a Campo Grande tem esse olhar em relação ao local. É perceptível com a presença do carnaval, bares e restaurantes. Porém, o ferroviário passou a não aprovar isso e há um processo de resistência às mudanças”, esclareceu Maria Madalena.
De acordo com a pesquisadora, percebe-se que existe uma ressignificação dentro do processo de reterritorialização, ou seja, é preciso pensar a respeito de quais serão os novos usos dados para o local. Atualmente, 155 residências compõem a Vila Ferroviária e, cada casa, tem de dois a três moradores, com uma idade média de 62,4 anos. Durante o curso de mestrado, Maria Madalena também identificou o grau de parentesco desses moradores com quem trabalhava na ferrovia. Em uma das famílias, havia oito pessoas que foram ferroviárias. Segundo o estudo, isso mostra que a memória daquele período é bem alicerçada, contudo reforça a necessidade manter esse conteúdo vivo e registrado.
“O ferroviário velho que é aquele que detém a história e, como não foi feito um registro, ela está indo embora junto com ele. Eu tive, inclusive, muita dificuldade em encontrar material que falasse especificamente do ferroviário. E o meu questionamento é: como nós vamos resgatar isso? São cem anos de uma história oral repassada de pai para filho por três gerações. Eu deixo como proposta a sugestão dada por uma moradora de se fazer uma casa de conversa onde a memória desses idosos possam ser registradas. Esse cenário, me trouxe o entendimento do porquê de tanta resistência. O idoso está muito incomodado, pois percebe que está perdendo tudo aquilo que construiu”, finalizou Maria Madalena.
Curso foi oferecido pela Cruz Vermelha Filial Mato Grosso do Sul
Evento foi realizado de 19 a 21 de junho, no Colégio Dom Bosco, em Campo Grande
Prazo termina na próxima quinta-feira (26/06)