30/05/2010 - 0:00 - UCDB
Fonte: Pe. Pedro Pereira Borges
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Oevangelho deste domingo, de João 16,12-15, étirado dos discursos de despedida de Jesus. Nele desfilam três sujeitos misteriosos, mas profundamente unidos entre si. “Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade... Tudo o que o Pai possui é meu”. Refletindo sobre este e outros textos parecidos, a Igreja chegou à fé no Deus uno e trino.
Muitos dizem: mas que diabo éisso de três que são um e de um que são três? Não seria mais simples acreditar em um Deus único – e pronto! – como fazem os hebreus e os muçulmanos? A resposta é simples. A Igreja acredita na Trindade não porque gosta de complicar as coisas, mas porque foi o próprio Jesus quem revelou essa verdade. A dificuldade para compreender o mistério da Santíssima Trindade é um argumento a favor e não contra a sua verdade. Ninguém teria jamais descoberto tal mistério por si mesmo, como resultado de uma experiência científica.
Depois que o mistério foi revelado, nós chegamos à conclusão de que, se Deus existe, não pode ser de outro jeito: é uno e trino ao mesmo tempo. A razão é simples. Não existe amor se não existirem duas ou mais pessoas; se, portanto, Deus é amor, deve existir nele alguém que ama, alguém que é amado e o próprio amor que os une. Os cristãos também acreditam em um único Deus. Nosso Deus é único, mas não é solitário. Quem amaria Deus se existisse somente Ele? Ele amaria a si mesmo? Se assim fosse, não seria amor, mas egoísmo ou narcisismo.
Gostaria de falar do ensinamento grande e formidável de vida que nos vem da Santíssima Trindade. Esse mistério é a afirmação máxima que se pode ser iguais e diferentes: iguais pela dignidade e diferentes pelas características. E não é, isto, o que precisamos aprender, para viver melhor neste mundo? Será que podemos ou não ser diferentes quanto à cor da pele, a cultura, a sexo, a raça e a religião, mas ter a mesma dignidade como pessoas humanas? A resposta é sim!
Esse ensinamento encontra o seu primeiro e mais natural campo de aplicação na família. A família deveria ser um reflexo terreno da Santíssima Trindade. Ela é formada por pessoas diferentes quanto ao sexo – homem e mulher – e por idade – pais e filhos –, com todas as consequências que podem surgir a partir dessa diversidade: diferentes sentimentos, diferentes comportamentos e gostos. O sucesso do matrimônio e de uma família depende da maneira com que essas diferenças suponham algo superior: unidade de amor, de intenções, de colaboração.
Nãoéverdade que um homem e uma mulher devem ser por semelhantes um ao outro por temperamento e por capacidade; que, para estar de acordo, devem ser ou os dois alegres, vivazes, extrovertidos e instintivos, ou os dois introvertidos, fechados, reflexivos. Aliás, sabemos quais as consequências negativas que podem surgir dos matrimônios celebrados entre parentes, dentro de um círculo restrito. Marido e mulher não dever um ser “a cara metade” do outro, no sentido de duas metades perfeitamente iguais, como uma maçã cortada em dois pedaços, mas no sentido de que cada um é a parte que falta do outro e o complemento do outro. Era isso que Deus queria dizer quando disse: “Não é bom que o homem esteja só. Vou fazer-lhe uma auxiliar que lhe corresponda” (Gn 2,18). Tudo supõe o esforço de aceitar a diversidade, e isso só pode ser alcançado por pessoas que buscam ir amadurecendo as próprias relações no dia a dia.
A partir disso, podemos perceber como é errado considerar a Trindade um mistério distante da vida, que só quem não tem o que fazer é que fica discutindo sobre essas coisas. Ao contrário, trata-se de um mistério mais próximo de nós do que possamos imaginar. O motivo é simples: nós fomos criados à imagem do Deus uno e trino, carregamos a impressão digital de Deus em nós e somos chamados a realizar essa síntese sublime de unidade e diversidade e, sobretudo, a família na qual vivemos deve ser um reflexo da Santíssima Trindade!
Inscrições podem ser feitas na internet, basta acessar ucdb.br/possaude
Atividade conta com alunos do 3º semestre de Publicidade e Propaganda