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Quantas vezes, Jesus diz aos seus amigos para não terem medo. No evangelho de hoje, de Lucas 12,32-48, Ele continua o discurso sobre a pobreza e a fé na Providência divina com um convite: “Não tenhais medo, pequenino rebanho!”.
Jesus sabe muito bem o que se passa no coração e na mente dos seus discípulos, e nós somos seus discípulos, hoje. Sabe que o medo é um sofrimento que está na base de muitas das nossas escolhas pessoais e sociais. Temos medo da pobreza, da solidão, de não darmos conta da nossa vida. Por isso, para nos proteger, armamos cercas elétricas, compramos cofres para escondermos as nossas joias. Infelizmente, nem sempre protegemos nossas famílias. E mais: escondemo-nos por trás de nossas máscaras defensivas feitas com bens, riquezas e poder. Toda a história da humanidade pode ser lida com o filtro do medo. Por medo, o homem se esquece que o outro é um irmão e luta contra ele, defende-se e procura tirar-lhe a armadura e os bens para apossar-se deles.
Jesus veio ao mundo para derrubar os muros do medo. Para isso, não precisou da força de um exército. Apenas se tornou indefeso e, renunciando ao escudo da divindade, fez-nos compreender que somente a Deus Pai é que devemos temer e a ninguém mais, nem mesmo nós.
E Jesus, de fato, foi o homem sem medo que mostrou que humanamente é possível confiar em Deus até mesmo ao ponto de dar a própria vida. E foram muitos os que o seguiram nesse comportamento. Hoje, são mais de 1 bilhão de pessoas.
Eis por que devemos deixar as nossas defesas e fazer o que nos diz Jesus, isto é, vender aquilo que temos e dá-lo aos pobres e ter como único tesouro o próprio Deus. Com Deus, não corremos o perigo de perder nada. Muitas vezes nós temos compromissos com Deus, mas somos injustos, tratamos mal os que nos rodeiam, aqueles que trabalham conosco, até os nossos familiares. É preciso vigiar para evitar que Jesus chegue e nós tenhamos que prestar contas daquilo que estamos fazendo.
O programa de vida de Jesus é um programa difícil que sociedade alguma conseguiu colocar em prática, em nenhum momento da história. Nós não superamos o medo de uma vez por todas sempre precisamos das palavras encorajadoras de Jesus: “Não tenhais medo!”.
Se o programa de vida de Jesus é difícil de ser colocado em prática, a Carta aos Hebreus nos mostra como devemos começar a praticá-lo. Ela nos fala da fé de Abraão e os outros antigos patriarcas. Partiram de uma terra distante sem saber precisamente onde iriam chegar. Eles seguiam unicamente o chamado de Deus. Não tiveram medo de nada, a não ser um temor de Deus, que é amor, e confiaram nele. Não ficaram presos à sua terra e aos bens que tinham, mas, pela fé, venceram o medo.
Mas se a Carta aos Hebreus nos ensina a praticar o programa de vida de Jesus é porque ele já esse encontra no evangelho e aquele que a escreveu teve a percepção de que com Jesus um novo mundo estaria começando. E esse mundo é, hoje, o mundo no qual nós estamos vivendo e é nele que nós podemos vencer o medo pela fé.
Como anda a sua fé? Quanto a mim, posso medir a minha fé pelo medo que deixo habitar no meu coração. Posso conhecer a minha real confiança em Deus se de verdade a minha vida concreta tem em Deus o seu tesouro ao qual me agarro e não nos bens que as minhas mãos apertam com força para me sentir seguro.
De acordo com o evangelho, o grande tesouro que temos é Deus, e a maneira que temos de chegar a Ele é pela fé e não pelo medo. Pratique isso, e viverá!
Imagem:
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Apresentações continuam nesta terça e quarta-feira no auditório do bloco A