18/04/2010 - 0:00 - UCDB
Fonte: Pe. Pedro Pereira Borges / Pró-Reitor de Pastoral
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O lago da Galileia havia visto partir pela primeira vez aqueles homens seguindo o Mestre. Agora é aquele mesmo lago que os vê partir sem ele. São sete e não doze, mas o número sete já indica a totalidade do colégio. São hóspedes da casa de Pedro em Cafarnaum, e, talvez, a única coisa que aprenderam é viver juntos e em sintonia entre si.
E eles, segundo João 21,1-19, decidem continuar a tentativa de uma nova pesca que lhes havia sido confiada. Colocam a barca na água, como muitas vezes haviam feito, mas a noite da incerteza dos primeiros passos sozinhos ainda fazia com que eles sentissem saudades de Jesus e incapazes de pescar como desejavam.
O sol, que já estava para despontar por trás da coroa dos montes que guarda o lago, achou-os exaustos e desiludidos. Mas o sol de suas vidas não é mais aquele astro do céu, mas aquele Homem que os espera na margem e que não reconhecem.
“Moços, tendes alguma coisa para comer?” Eles ouvem gritar na praia, se bem que aquele rosto traia a profunda desilusão das redes vazias.
Vazias porque não estão ainda enraizadas na certeza de que com Cristo se recolhem as coisas do Espírito. E à resposta negativa ressoa o convite para lançar as redes do lado direito da barca, justamente como um dia eles ouviram o convite de ir às águas mais profundas para a pesca milagrosa. A barca de Pedro, imagem da Igreja, é o novo corpo de Cristo e da sua direita nasce a vida, isto é, da ferida do lado direito de Jesus vem a garantia de uma pesca abundante ainda que em um lago pão duro.
Na verdade, um cardume de 153 grandes peixes parece que esteja ali esperando para cair na rede de alguém. Mesmo que sejam tantos, as redes não se rompem pela abundância, sinal da capacidade universal da pesca.
Aquele lago logo se tornará muito fechado para carregar aquelas redes saudáveis que nem os mares mais abertos e piscosos poderão suportar.
E, diante da nova pesca milagrosa, o Pedro nu se veste porque compreende que deve fazer o gesto de serviço que Jesus havia feito amarrando a toalha na cintura para enxugar os pés dos discípulos.
A figura de Pedro está no centro das narrações evangélicas, sinal de que já na primeira comunidade cristã existia a convicção do seu primado. É ele que decide ir pescar, é ele que veste as roupas para a experiência do serviço, é ele que traz a rede para a margem. E é justamente a ele que o Meste do lago, depois de ter dado mais uma vez de comer, faz uma pergunta tão direta e empenhativa que ressoa por três vezes: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” Três vezes, quantas vezes Pedro o havia negado. É um momento de purificação, desta vez não somente dos pés, mas de purificação total de Pedro, que acontece no cruzamento de três perguntas e três respostas de amor e de afeto, enxugadas pelo gesto confortável e corajoso de confiança do rebanho do Senhor.
Simão, filho de João, isto é, do Espírito Santo, foi reabilitado assim não somente na sua natureza de homem, mas também na sua missão de pescador de homens e de pastor do rebanho do Senhor.
Falta pouco para ser melhor do que antes aos olhos de Deus, basta uma declaração sincera de afeto ao Mestre e Ele é capaz de confiar o seu rebanho também a um pecador reincidente. A garantia de boa pesca com a barca de Pedro não está na sua habilidade de marinheiro, nem na honestidade de pescador, mas no amor imenso que tem por Jesus Cristo. A vida de Pedro não será mais um confiar-se em si mesmo ou nas promessas feitas a um pescador, mas um abandonar-se ao amor de Cristo.
Ele se vestirá desse amor e será capaz de dar a vida pelo seu Senhor! E nós?
Foto: http://sementinhakids.files.wordpress.com/2009/04/8606915_1_ftc_dp.jpg
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