11/03/2012 - 0:00 - UCDB
Fonte: Pe. Pedro Pereira Borges
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Neste terceiro domingo da Quaresma, a Igreja medita sobre o evangelho de João 2,13-25.
Um gesto inesperado, quase imprevisível. Segundo o evangelho deste terceiro domingo da Quaresma, tirado de João 2,13-25, Jesus prepara um chicote, agita-o no ar e atravessa o átrio do templo como uma onda impetuosa, ataca homens, animais e derruba mesas e moedas dos cambistas.
O que mais me toca e comove em Jesus é ver que nele existem juntas a ternura, a doçura de uma mulher apaixonada e a determinação, a força, a coragem de um herói no campo de batalha.
Perto da comemoração da Páscoa, esse gesto e as palavras que o interpretavam ressoam carregados de profecia: “não façam da casa do meu Pai um mercado”.
Do templo de Jerusalém, de qualquer igreja, mas, sobretudo, do coração.
Para todo crente, Jesus repete a sua advertência: não fazer da fé um mercado.
Não adotar com Deus uma lei decadente do escambo de favores, no qual você dá algo a Deus (uma missa, uma oferta, uma vela) para que ele lhe dê alguma coisa.
Se fizermos assim, se acreditarmos que poderemos envolver Deus nesse jogo comercial, seremos apenas cambistas, e Jesus vai derrubar a nossa mesa: Deus não pode ser comprado e é de todos. Não se compra nem mesmo a preço da moeda mais pura. Nós somos salvos porque recebemos.
Morada de Deus é o homem: não fazer mercado da vida.
Não apliquemos à vida as leis do mercado ou do dinheiro. Não vendamos a dignidade e a liberdade em troca de coisas, não sacrifiquemos a nossa família no altar do deus dinheiro, não dissipemos o nosso coração reduzindo os sonhos a ouro e prata. A triste evidência que hoje cria a linha entre o bem e o mal, a nova ética, sustenta: mais dinheiro é bem, menos dinheiro é mal.
Sob esse pêndulo estulto passam as escolhas, políticas ou individuais. Mas “a existência não é questão de negócios. É só uma dança que nasce da inundação da energia” (Osho).
Não fazer mercado do coração!
Não o submeta à lei do mais rico, nem a qualquer outra lei: a lei do mais forte ou do mais astuto ou do mais violento. Leis erradas que estão dentro da vida como as ovelhas e os bois dentro do templo de Jerusalém: sujam e a profanam a casa de Deus. Tudo isso deve estar fora, fora da casa de Deus, que é o homem. Profanar o homem é o pior sacrilégio que se possa cometer, sobretudo se é fraco, se é criança. É o templo santo de Deus.
Alguns judeus tomaram a palavra: “Que sinal nos mostras para fazer essas coisas?”.
Jesus responde levando os ouvintes a um outro plano: “Destruí este templo e em três dias o reconstruirei”.
Não por um desafio realizado como que por milagre, mas porque outro é o templo de Deus: É ele crucificado e ressuscitado em todo irmão. Casa de Deus é a vida, templo frágil, belíssimo e infinito. E se uma vida vale pouco, nada vale mais do que uma vida.
Essa consciência é importante, porque Jesus colocou sobre a pedra da minha vida a sua luz.
Fonte: Qumran
Prazo vai até 12 de agosto e deve ser feito pela internet