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As viagens mais emocionantes não são aquelas que os astronautas realizam no espaço, mas no tempo. Não são também aquelas feitas ao redor do mundo, mas dentro de cada um de nós, dia após dia, vivendo de maneira consciente as mutáveis dificuldades do dia a dia. Somente um olhar superficial faz com que os nossos dias sejam iguais e insignificantes. Na realidade, a vida de uma pessoa é construída, mais que em situações excepcionais, no movimento da aparente normalidade. Uma viagem é interessante ou não, segundo as disposições que cada um tem; e é assim também para a grande viagem que todos devem fazer: a viagem da vida.
O evangelho de hoje, de Mateus 24,37-44, e toda a missa nos convidam a escrever um novo capítulo da nossa grande viagem, apresentando como ponto de partida o início do novo ano litúrgico e o primeiro domingo do advento. Começamos, então, com a curiosidade e a trepidação que acompanham cada partida. O importante, para que a viagem tenha sucesso, é saber onde queremos chegar, para não ter surpresas diante dos imprevistos e para não gastar o tempo e os recursos em coisas inúteis, quando não prejudiciais para a nossa vida e a nossa família.
A meta já foi indicada oito séculos antes de Cristo pelo profeta Isaias (2,1-5), como nos disse a primeira leitura: “numerosos povos e dirão: ‘Vamos subir ao monte do Senhor’”.
É a perspectiva da redenção universal, quando a salvação realizada por Jesus terá reunido todos os povos, entre os quais não existirá a barreira da rivalidade e da hostilidade: “estes transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices; não pegarão em armas uns contra os outros e não mais travarão combate”. O Salmo Responsorial convida a todos a estar preparados para meta da pacificação universal, que será alcançada quando todos os povos conhecerão e seguirão o Senhor: “Vamos à casa do Senhor”, na consciência de que, se não podemos saber quando esse evento acontecerá, mas será um momento diante do qual ninguém poderá ficar distante: “agora nossos pés já se detêm, Jerusalém: a Jerusalém celeste!”.
Em outras palavras, a meta para os homens é o encontro face a face com Deus, na passagem deste para o mundo futuro. Por conta disso, o evangelho de Mateus lembra que a passagem virá quando menos esperarmos: “ficai preparados! Porque, na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá”. “Compreendei bem isto: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Por isso, ficai preparados”.
Mas como ficar preparados? Se temos uma meta clara, o que podemos fazer para não perdê-la? A segunda leitura dá a resposta. Escrevendo aos cristãos de Roma (13,11-14), Paulo convida: “despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz. Procedamos honestamente, como em pleno dia; nada de glutonerias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades. Pelo contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo”.
O advento que começa hoje é o tempo da espera, o tempo no qual o cristão espera o encontro com o Senhor. Para muitos, esperar tem um sentido de passividade ou de perda de tempo, como quando se espera o ônibus ou se espera a própria a própria vez numa fila.
Mas para o cristão não deve ser assim. A palavra “esperar”, de que fala o advento, exprime a tensão positiva e ativa em relação ao que queremos na vida. Para o cristão, viajante no tempo, consciente de onde quer chegar, munido da armadura da luz, como o apóstolo sugere, todo dia poderia ser aquele da chegada. Daqui a necessidade de viver cada dia conscientemente. É daqui que tiramos o fascínio e a alegria de viver.
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Evento foi realizado de 15 a 20 de abril passando por Reggio Emília - Bassa Reggiana e Milão