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Hoje é um dia de festa e de muita alegria porque é a festa do nosso Rei. O rei que hoje festejamos é um rei especial: é Cristo, Rei do Universo, o Rei de todas as nações, o Rei de toda a criação! Mas, você pode imaginar, como é possível existir um Rei capaz de reunir no seu reino tantos povos, um rei que gostaria que todos – todos mesmo! – vivessem com dignidade, um rei que quer bem a todas as pessoas de todas as raças e nações porque Ele não tem inimigos de qualquer tipo, um rei que ama o seu povo a ponto de dar a própria vida? Na verdade, essas coisas parecem impossíveis... Não acontecem nem nas fábulas que geralmente mostram reis bonzinhos e sábios!
Vejamos um pouco como podemos explicar isso. Voltemos ao evangelho de hoje, de Lucas (23,35-43). Lucas faz um relato do momento da crucificação de Jesus. É muito triste a situação que ele apresenta: Jesus, na cruz, escarnecido, insultado, sendo caçoado porque havia feito tantos milagres. Ele, Rei, Filho de Deus, não conseguia descer da cruz! Jesus está entre dois ladrões: um à direita e outro à esquerda. Foi colocado na cruz como os piores criminosos – assim eram mortos os que praticavam os piores crimes! –, Ele que não havia feito nada de mal!
Para dizer a verdade, é um pouco estranho que, para festejar Cristo Rei do universo, seja apresentada a descrição de Jesus na cruz. Nós, na verdade, imaginamos um rei de outra maneira. Imaginamos que ele esteja em um castelo, em uma linda e ampla sala com lustres grandes de cristal, sentado num trono de ouro, rodeado por um monte de gente vestida dignamente. Também imaginamos que tenha na cabeça uma coroa de ouro e bilhantes. Eu também o vejo com um cetro em uma das mãos e ali perto uma campanhia ao som da qual chega um monte de empregados prontos para realizar seus desejos. O rei manda e todos obedecem.
Agora, pensemos no relato do evangelista Lucas: não há nada que se pareça com a nossa ideia de rei. No entanto, a grandeza do nosso Rei está justamente nisso: Ele, diferentemente de outros reis, escolheu a cruz como trono. É estranho isso, podem pensar alguns de nós, mas basta somente isso para compreender como é grande o seu amor pelo mundo, por nós, por mim, por você. Jesus obedeceu à vontade de Deus Pai que lhe pediu para se fazer homem como nós, que Lhe pediu para nascer numa gruta, que cresceu no pequeno povoado de Nazaré, que Lhe pediu para anunciar a Boa Notícia de que todos os homens poderiam se salvar, que Lhe pediu para amar até aceitar a morte na cruz, para transformar a cruz em sinal de salvação.
A cruz, portanto, é o verdadeiro trono de Jesus. Isso nos ajuda a compreender que o seu não é um reino de poder, de honras, de dinheiro. Jesus não tem um poder político, um poder baseado na força, no domínio. O reino de Jesus é um reino no qual todas essas coisas não existem porque nele só existe o amor. É um rei que nos quer tão bem que morreu e ressuscitou por nós a fim de que possamos ressurgir com Ele e sentar-nos no paraíso diante do seu trono, um trono agora todo glorioso, mas Ele mesmo leva consigo os sinais das feridas, sinais do seu amor!
Neste momento em que escrevo, peguei na internet o crucifixo da Igreja de São Damião, crucifixo diante do qual São Francisco de Assis ficava rezando. O que chama a atenção nesse crucifixo são os olhos: estão abertos e isso nos faz entender que Jesus está vivo e que quer salvar todos aqueles que, por meio d’Ele, querem se aproximar de Deus. As mãos de Jesus, nesse crucifixo não estão pregadas. Somente seus pés estão cravados com os pregos. Os braços, ainda vertendo sangue, estão abertos em sinal de acolhida. As pernas estão retas e sustentam o corpo: é como uma pessoa viva.
Todos nós sabemos que Jesus na cruz é um Rei vivo e que nos dá algo que nenhum outro rei poderia dar. Ele nos dá o seu Reino: o Paraíso. Ele mesmo nos diz isso, conforme encontramos no evangelho de João: “Eu vou preparar um lugar para vocês. Quando eu for e tiver preparado esse lugar, virei de novo para levar todos comigo, para que também vocês estejam onde eu estou”. Jesus prepara esse lugar para todos aqueles que querem naturalmente, porque Ele nos dá sempre a liberdade para escolher. O seu desejo, no entanto, é que nós escolhamos o bem, a fim de que possamos estar para sempre perto dele.
É lógico que o reino de Deus é um reino que deve ser construído nesta terra. Nós somos como semideuses que, uma vez alcançada a maturidade, podemos dar frutos na ordem da criação e podemos tornar este mundo mais acolhedor, mais alegre e mais embelezado pelo amor. Isso nos lembra a necessidade de lutar contra a violência, preservar a natureza, dar mais atenção aos idosos e às crianças, fazer com que as famílias sejam respeitadas.
Uma semente é como um milagre: também a árvore maior nasce de uma semente pequenina. O nosso coração é um jardim no qual Jesus semeou as coisas mais bonitas, os valores mais altos. Mas as sementes precisam de cuidados e necessitam do nosso esforço se quisermos que produzam frutos. Será que nós, cristãos, estamos preparados para ajudar Jesus a construir um universo à altura do nosso Rei?
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Evento foi realizado de 15 a 20 de abril passando por Reggio Emília - Bassa Reggiana e Milão