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Diante de uma grande obra arquitetônica do passado, como uma catedral, um palácio, uma cúpula ou uma ponte, e conscientes dos meios muito limitados que estavam à disposição dos arquitetos e dos construtores da época em que foram construídos, a gente se pergunta com admiração: “como foram capazes de fazer isso?”.
Somente uma grande coragem e uma exagerada teimosia é que possibilita a superação dos nossos limites. É isso que levou os povos do passado a construir verdadeiros monumentos e de maneira cada vez mais complexa. Evidentemente, o mesmo vale para tantas atividades humanas que vão das grandes descobertas científicas até as grandes viagens ao espaço. Mas não é somente isso...
Superar, cruzar os limites que frequentemente o pensamento comum coloca diante do homem e freia as ambições humanas de melhorar e crescer seja no campo científico ou no da arte, mas também nas relações humanas: isso fez e faz progredir verdadeiramente a humanidade.
A história fala de muitos homens e mulheres que acreditaram que poderiam superar de maneira corajosa e determinada as divisões, os racismos e as guerras e lutaram para que os povos não renunciassem a superar esses limites.
Jesus é um desses homens. Jesus fundou uma comunidade que tivesse como objetivo de sua vida esse “superar os limites”. Todo o evangelho é uma maneira de contar esse modo de pensar e, de maneira particular, isso está presente no trecho que ouvimos hoje em nossas comunidades católicas, tirado de Mateus 5,38-48.
A última frase, “sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”, é justamente o ponto de partida de Jesus, é o objetivo mais alto que o Mestre coloca diante dos seus discípulos, que com Ele aprendem e que justamente são chamados a se espelhar em Jesus.
Discípulos “sem limites”, viria a sintetizar a mensagem de Jesus, apenas para usar um slogan publicitário. Os discípulos são chamados não somente a amar os amigos, a emprestar a quem não pode restituir e a não ser vingativos... Os discípulos são chamados a ir além daqueles que parecem ser os limites lógicos das possibilidades humanas do amor, chegando, realmente, a amar os inimigos, a dar o dobro daquilo que lhes é pedido, a estabelecer relações humanas também com quem não é parente ou amigo.
Para Jesus, a humanidade é de fato capaz de derrotar a espiral da vingança, mesmo quando esta pareceria lógica (Olho por olho...), até chegar a apertar a mão do próprio inimigo.
O “oferecer a outra face” não é um convite ao sadismo, mas é a indicação decidida a tomar o caminho da “não violência” como resposta à violência. Quando Jesus, na paixão, recebeu as chibatadas, não ofereceu a outra face, mas Ele mesmo respondeu à violência com uma proposta de diálogo: “Quando assim falou, um dos guardas que ali estavam deu uma bofetada em Jesus, dizendo: ‘É assim que respondes ao sumo sacerdote?’. Jesus replicou-lhe: “Se falei mal, mostra em que falei mal; e se falei certo, por que me bates?’” (Jo 18,22-23). Esse é o “jeitinho” de Jesus. Um jeitinho que verdadeiramente não põe limites à capacidade humana de amar, perdoar e reconstruir possibilidades de diálogo.
Jesus é exigente com os seus discípulos e conosco. Mas age assim porque sabe daquilo que somos capazes. Jesus conhece os nossos limites, mas conhece também as nossas imensas possibilidade de ir além no amor.
Será que acreditamos nisso? Estamos convencidos de que podemos nos tornar “perfeitos como Deus?
Infelizmente, o cinismo humano e o pessimismo sempre estão rondando as portas de nossas almas. Infelizmente, acreditamos que seja possível amar somente a quem nos ama e estar com quem comunga com nossas ideias, e chegamos a pensar que realmente o “olho por olho” seja uma boa regra para resolver os conflitos que surgem entre nós.
Não somente acreditamos pouco em Deus, mas acabamos por acreditar pouco em nós mesmos e naquilo que Jesus pensa sobre nós.
Contemplando as grandes obras da humanidade no campo da arte, da ciência e das viagens, e também as grandes ações no campo da paz e do diálogo entre os povos, então acho uma motivação profunda para não ficar somente no acreditar em mim mesmo e nas minhas possibilidades de amar de fato como Deus, mas a acreditar que posso além dos meus limites... Aliás, não existe limite para amar.
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