Artigo: Hoje, é dia de alegria!

11/12/2011 - 0:00 - UCDB

Fonte: Pe. Pedro Pereira Borges

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Na nossa caminhada para o Natal, chegamos ao terceiro domingo do Advento. É o domingo que a Igreja costuma chamar Domingo da Alegria.

No evangelho, tirado de João 1,6-8.19-28, nós encontramos mais uma vez a figura de João Batista.

Isaías nos convida a nos alegrar no Senhor, enquanto São Paulo nos pede estar sempre alegres. Que estranhas essas palavras, quando a Europa está em crise econômica e os líderes mundiais refletem sobre as mudanças climáticas que afetam a todos, na África do Sul.

Na semana passada, saiu também o índice de crescimento industrial brasileiro no terceiro trimestre, que indica que o Brasil parou de crescer.

Será fácil achar os culpados. Se olharmos as páginas dos jornais, veremos uma série de notícias negativas de violência, de desvios sexuais que prejudicam principalmente os vulneráveis, dos danos provocados pelas drogas.

Falar de alegria não é fugir dos problemas. Jesus não viveu tempos melhores em relação ao nosso. Sofreu, padeceu, foi vítima de um poder que destruía as esperanças de um povo.

A alegria cristã não nasce de uma simples emoção, mas de um encontro. Um encontro transformou e transforma a nossa vida.

Quando o cristão vive experiências fortes, se converte para Jesus, muda de aspecto, vê a vida de outra maneira, enche-se de alegria.

Vive o seu tempo, sabe compreender que a crise o levará a fazer algumas escolhas, a rejeitar algumas coisas supérfluas, porque dentro de si explode um mundo de vida.

O cristão sabe que o amor não tem preço!

O evangelho de João nos apresenta novamente a figura de João Batista. Ele, no prólogo, do qual extraímos os primeiros versículos, recebe um nome: é “testemunha”.

A tarefa de João Batista é a de testemunhar alguém que virá depois. Aliás, que já chegou, está no meio de nós, mesmo que não o conheçamos.

Os sacerdotes e os levitas querem saber tudo sobre João. Querem saber quem ele verdadeiramente é, pois têm medo dele, sabem que o povo o segue.

Querem ver a sua identidade, mas João não fala de si. Ele fala de Jesus. De fato, ele não é Jesus.

Intimado pelos líderes do povo a dizer quem ele é, João diz apenas que é uma voz. Voz que prepara o caminho do Senhor.

Imaginem se alguém se aproximasse de nós e nos perguntasse quem somos e nós não tivéssemos a capacidade de responder.

Jesus virá para batizar com o Espírito e não só com água.

Diante de Jesus, João não consegue sequer inclinar para desamarrar suas sandálias.

João é uma figura envolvente. Testemunha Jesus, é a sua voz, batiza na expectativa do seu batismo. Está totalmente ligado a ele. Sem Jesus, o Batista não pode viver.

A nossa vida às vezes é rotineira, monótona, normal. Às vezes, parece-se com uma carta enviada sem destinatário, gerando apenas expectativas parciais. Vivemos no mundo das ideias, olhamos tudo pelo lado econômico, acreditamos que o trabalho seja capaz de resolver todos os problemas.

Em outros casos, nós somos os destinatários das promessas, mas nos fechamos em nós mesmos e nos tornamos não vozes, mas apenas palavras.

É difícil pensar e encontrar a verdadeira alegria nos outros. É difícil compreender que Jesus sacia todas as nossas expectativas e nossas esperanças. Ele é a verdadeira luz do mundo e nós somos testemunhas humildes da sua presença na história.

Nestes dias, nós estamos assistindo a um fenômeno maravilhoso. O mundo está redescobrindo o gosto por viver uma fé autêntica, porque os jovens principalmente estão em busca de valores e de experiências fortes.

Nem todos buscam essa experiência, mas é possível dizer que o mundo respira um ar novo, realiza uma grande busca espiritual.

Cabe aos cristãos responder a essa busca com a alegria cristã. Devemos nos tornar o foco e não a dispersão diante daqueles que querem viver como cristãos.

Devemos nos tornar a voz de Cristo, que é a Palavra. Através do nosso jeito de viver, devemos mostrar ao mundo aquele que está sempre no meio de nós, mas que, às vezes, não conseguimos perceber, porque estamos sempre atentos às nossas atividades, às nossas coisas. O evangelho é a nossa alegria. Vivamos disso!