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E se eu disser para você que Jesus veio para abolir a religião? E seu eu disser para você que a sua missão não era votar num partido conservador? E se eu disser que ser conservador não faz com que você necessariamente seja cristão? E só porque você diz que algumas pessoas são cegas não necessariamente você tem a verdadeira visão. O que significa isso? Que se a religião é tão boa, por que causou tantas guerras? Por que consegue construir templos tão grandes, mas não consegue alimentar os pobres? Diz para as mães solteiras que Deus não as ama só porque já estão divorciadas, mas no Antigo Testamento Deus chamou verdadeiramente as pessoas religiosas de prostitutas. A religião prega sobre a graça, mas o que pratica é outra coisa. Tende a ridicularizar as pessoas, como fizeram com João Batista. Eles não conseguem resolver os seus problemas, mas apenas mascará-los, sem perceber que a religião é como jogar perfume sobre um caixão. O problema da religião é que ela não vai ao centro do problema: quer apenas uma mudança de comportamento mediante uma lista de tarefas. É como estar bem vestido por fora, parecendo bonito e arrumado, mas o interessante é que eles conseguiam fazer isso com as múmias, enquanto o corpo apodrecia por dentro. Não estou querendo julgar ninguém. Só estou dizendo que não adianta andar na rua com cara de crente, mas as pessoas só sabem que você é crente porque você postou isso no facebook. Quero dizer que em outros aspectos da vida, a lógica é bem outra: é como você dizer que torce para um time apenas por ter comprado uma camisa oficial. Eu sei o que isso significa, porque eu fiz isso, mas ninguém deu a mínima para mim. Agir como alguém que acredita, mas é viciado em pornografia; vai à missa no domingo, mas no sábado se embebeda, vivendo como se tivesse sido criado apenas para transar muito e viver na balada. Eu passei a minha vida construindo uma faixada bonita, mas agora que conheço Jesus, eu me vanglorio em minha fraqueza, porque se a graça é como água, a Igreja deveria ser um oceano, não um museu para pessoas boas ou um hospital para os doentes espirituais. Quero dizer que não preciso esconder os meus erros, que não preciso esconder os meus pecados, porque isso não depende de mim, mas eu é que dependo de Deus. Veja bem: quando eu era inimigo de Deus, não era seu fã, ele certamente olhou para mim e disse: “eu quero este cara”. É por isso que Jesus odiava a religião, e os chamou de tolos. Você não percebe que seguir Jesus é melhor do que seguir certas regras? Agora eu quero deixar bem claro: eu amo a minha religião, eu amo a Bíblia. Sim, eu acredito no pecado. Mas se Jesus fosse à sua Igreja, vocês o deixariam entrar? Vocês se lembram que ele foi chamado de comilão e beberrão por homens religiosos, mas Jesus nunca quis se defender nem naquela época nem agora. Voltando ao nosso tema, há algo sobre o que quero falar: Jesus e a religião estão de lados opostos: ele é obra de Deus, mas a religião é invenção humana. Ele é a cura, mas ela é a infecção. A religião diz: faça! Jesus diz: feito! A religião diz: escravo, Jesus diz: filho! A religião põe você numa jaula, enquanto Jesus diz: sê livre! A religião deixa você cego, mas Jesus faz você ver. É por isso que Jesus e a religião são coisas muito diferentes. A religião é o homem procurando por Deus, o cristianismo é Deus buscando o homem. É por isso que a salvação é uma graça e eu recebi o perdão. Não apenas por um merecimento próprio, mas por obedecer a Jesus, pois ele recebeu a coroa de espinhos e o sangue escorreu pelo seu rosto; ele sofreu o que todos deveríamos sofrer. Acredito que seja por isso que nós podemos chamar isso e graça. Ao ser crucificado, ele disse: “Pai, perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem!”. Quando estava na cruz, ele estava pensando em você! Ele pagou por todos os pecados que você cometeu e os levou para o túmulo. É por isso que para quem se ajoelha diante da cruz, ele diz: “pode vir. Tem lugar para mais um!”. E a religião? Não, eu não odeio isso. Na verdade, eu literalmente não aguento mais isso, porque quando Jesus diz: “tudo está consumado”, eu creio que está dizendo isso mesmo: “àquele que não põe em prática, mas acredita naquele que justifica o ímpio, a sua fé é imputada como justiça”.
Esta poesia foi postada por um jovem chamado Jefferson Bethke, da Igreja Mars Hill, de Washington, e gerou um grande debate e outros vídeos foram postados por outros jovens em resposta às teses de Jefferson.
O vídeo sustenta que as religiões cristãs perverteram a mensagem de Jesus, construindo grandes templos, enquanto os pobres eram esquecidos, se condenava o sexo fora do casamento, com uma pregação que privilegia o externo, mas não chega ao interior das pessoas. É por isso que Jefferson diz que ama Jesus, mas odeia a religião.
É interessante que o jeito desse rapaz pensar seja o mesmo de muitos dos nossos jovens. No entanto, ele resume todo o seu credo em poucas frases. A mensagem de Jesus jamais falou sobre ódio. Então, vem a pergunta: por que esse ódio à religião? Será que a religião trai continuamente Jesus?
É preciso dizer que se hoje ainda nos lembramos de Jesus e de suas palavras é porque as primeiras comunidades cristãs, isto é, a Igreja nascente, nos legou a sua mensagem. Se não houvesse alguém para organizar as lembranças de Jesus, nos séculos, hoje nós sequer poderíamos ler o que os evangelhos contam.
Mas é verdade também que podemos sentir aquela sensação de traição dos cristãos em relação a Jesus tanto no passado quanto hoje em dia.
O evangelho deste quarto domingo do tempo comum, de Marcos 1,21,28, está estreitamente ligado ao evangelho do domingo passado. Nos dois trechos, Jesus é apresentado com um carisma incrível, que conquista as pessoas, leva aqueles que se aproximam dele a ter o desejo de mudar radicalmente de vida – os discípulos deixam tudo para segui-lo. Ele transmite uma mensagem que gera estupor e afugenta as forças do mal.
Jesus que prega tem uma autoridade e uma maneira de comunicar que provoca a todos e não deixa ninguém indiferente.
É muito significativo como as forças do mal são desmascaradas. O endemoninhado da sinagoga representa o homem que não consegue se livrar do mal e que encontra uma maneira de protestar diante do evangelho.
“Tu vieste para causar a nossa ruína!”, grita a parte má do pobre homem possuído. Sim, Jesus veio para levar o mal à ruína, para desmascarar os lados obscuros do homem, desmascarar a sociedade e também as comunidades cristãs.
Talvez quem fala que odeia a religião odeia aquela parte da Igreja que efetivamente contradiz o evangelho e que não leva à conversão.
Talvez as críticas feitas aos cristãos e àqueles que detêm um poder na Igreja são uma ocasião para olhar com serenidade a parte de nós que é contrária à mensagem de Cristo, e, portanto, de extirpá-la.
Nesta operação de restabelecimento contínuo, está presente o próprio Jesus. Como livrou o homem da sinagoga do mal que o atormentava, assim pode fazer também comigo e com as comunidades cristãs.
Não devo ter medo se o evangelho me provoca. Não devemos ter medo se nos sentimos acusados pelas palavras de Jesus. Aliás, se sentimos que dentro de nós algumas coisas nos deixam arrepiados, então quer dizer que o evangelho está realmente trabalhando em nós.
Se, ao contrário, acreditamos que as palavras de Jesus provocam apenas os outros, e nós, como Igreja, nos sentimos tranquilos e sem necessidade de nos converter, então estamos muito longe e corremos perigos muito sérios.
Alguns de nós já assistiram ao filme O mundo de Lucy. Trata-se de um musical sobre um milagre. Uma dupla de artistas descobre que a filha está gravemente doente. Depois das primeiras consultas e dúvidas, decidem demonstrar mais amor e fé na vida. A escolha que fazem foi transformada em vídeo para demonstrar amor pela sua filha Lucy, ou seja, a pequena luz.
Esse testemunho evangélico transformado em música não deixa ninguém indiferente e nos deixa tocados. Ouvindo as canções e a história, por um lado, nós ficamos comovidos e por outro vemos um testemunho verdadeiramente evangélico de protesto, como o do endemoninhado do evangelho. Mas é melhor que seja assim, porque quando estamos próximos de algo ou do que Jesus nos fala e dos seus ensinamentos vividos, então estamos bem perto da cura daquilo que nos afasta de Deus.
Odiar a religião? Se a religião é a que realmente fala de Jesus e nos mostra vivo na vida concreta das pessoas, então não se pode odiar, mas gerar o amor e provocar a cura.
Fonte: Qumran
Apresentações continuam nesta terça e quarta-feira no auditório do bloco A