20/06/2010 - 0:00 - UCDB
Fonte: Pe. Pedro Pereira Borges
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Entre as características que marcam o nosso tempo, talvez no futuro será moda, para não dizer mania, as pesquisas de opinião, que geralmente os jornais, a televisão e até os call centers usam para se informar sobre os mais diversos aspectos da vida dos cidadãos, frequentemente com a intenção não de colocar em realce suas escolhas e orientações, mas de influenciá-los. Brincando, mas nem tanto, pode-se dizer que também Jesus recorreu às pesquisas de opinião, ao menos em uma ocasião, quando— como diz o evangelho de hoje, de Lucas 9,18-24— perguntou aos discípulos: “Quem diz o povo que eu sou?”.
A pergunta era provocadora, ou melhor, pedagógica: uma verificação para revelar algo sobre Si e sobre a sua relação com os discípulos. As multidões, percebendo a sua grandeza, pensavam que Ele fosse um reconhecido homem de Deus redivivo: João Batista ou o profeta Elias ou um outro dos antigos profetas. Errado. Certa, ao contrário, é a resposta de Pedro: “O Cristo de Deus”, isto é, o Messias, sobre quem os antigos profetas haviam anunciado a vinda. A surpresa, porém, mesmo que a resposta do discípulo seja correta, é que Jesus tenha ordenado severamente que eles não falassem disso a ninguém.
Por quê? Ele não havia vindo para dar a conhecer a solicitude de Deus para o seu povo, para convidar a todos a confiar-se a Deus? O silêncio era— temporariamente— necessário, por causa da opinião comum que o povo tinha sobre o Messias: este devia ser um homem forte, capaz de guiar o povo de Israel rumo à libertação da opressão dos romanos e restaurar a antiga grandeza dos tempos de Davi e Salomão. Esperavam aquilo que desejavam: um redentor todo terreno, um libertador político; se tivessem conhecido as reais intenções de Jesus e a recusa que culminaram na cruz, ninguém o levaria em consideração. Somente vendo-o ressuscitado teriam compreendido e O teriam seguido. Daqui o anúncio de tudo o que aconteceria proximamente: ao invés de brilhantes vitórias militares, ao invés de um reino entre os reinos deste mundo; os discípulos deviam saber que Ele devia “o Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.
Mais: quem quisesse ficar com Ele não deveria esperar algo diferente: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me”. Tomar a cruz, levar todo dia a cruz: esta é a perspectiva imediata do cristão. Quantas vezes lamentamos os nossos males: doenças, incompreensões, problemas econômicos etc.; e lamentamos com Deus, não porque seja culpa dele, mas porque, se realmente é nosso amigo, é Ele quem pode intervir e dar um jeito. A nossa perspectiva relativamente ao Messias, ao Cristo salvador, no fundo não é muito diferente daquela do povo de Israel. Nós nos esquecemos de que Jesus não nos prometeu a felicidade terrena. A diferença entre quem acredita e quem não está no ser ou não feliz agora, mas depois, quando esta vida, sempre passageira, deixará o seu lugar para a vida definitiva. “Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”.
Essas palavras, que estão na conclusão do evangelho de hoje, em outros termos, poderiam ser ditas assim: quem se apega à vida terrena, pensando apenas nas suas possíveis satisfações, não terá outra; quem, ao contrário, confia em mim, me segue, mesmo a custo de renúncias, aos olhos do mundo pode parecer que despreze a própria vida, mas na realidade isso lhe é conveniente, porque renuncia o pouco para ter tudo.
Imagem:
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Prazo vai até 12 de agosto e deve ser feito pela internet