Artigo: O discípulo de Jesus precisa ser esperto

19/09/2010 - 0:00 - UCDB

Fonte: Pe. Pedro Pereira Borges

Veja as últimas notícias da UCDB para você que está interessado em UCDB

Jesus, para se fazer compreender pelos discípulos propõe, neste XXV Domingo do Tempo Comum, no evangelho de Lucas 16,1-13, a parábola do administrador desonesto. Mas ela tem uma lição muito importante para nós.

Jesus fala de um administrador, alguém a quem são confiados dos os bens de um homem rico. O administrador tem por tarefa gerir a riqueza, as propriedades de outra pessoa. Ele, com sua inteligência, com sua criatividade, com seu trabalho, é chamado a aumentar o patrimônio do seu patrão, em valor e em número.

Mas o administrador da parábola, na realidade, não pensa no seu patrão. Pensa, ao contrário, em enriquecer-se, em defender seus próprios interesses. Assim, rouba e dilapida os bens do seu patrão. Naturalmente, as suas falcatruas, depois de algum tempo, são descobertas, e o seu patrão quer ver as contas da empresa, quer saber como ele está fazendo o seu trabalho.

O administrador desonesto se vê num beco sem saída. É colocado contra a parede. Ele tem consciência de que nada irá justificar sua prestação de contas. Pensa: “se for mandado embora, toda a cidade virá a saber que roubei e então como farei para encontrar outro emprego? Ninguém confiará em mim! Sem um meio de ganhar dinheiro, tornar-me-ei pobre a ponto de ter que mendigar, mas isso me deixará envergonhado diante de todos”.

E nós, como faríamos se fôssemos esse administrador? Como resolveríamos a situação? Pediríamos ajuda a alguém? Em quem nós confiaríamos?

Voltemos ao nosso administrador. Ele deve ter passado dias difíceis, pensando e repensando e finalmente encontra uma solução: procura fazer novos amigos justamente entre os grandes devedores do seu patrão. Chama-os um por um e lhes dá grandes descontos. Ele pensa que, quando se encontrar sem emprego, poderá ser acolhido por algum deles.

Devemos tirará o boné para esse homem. Ele foi esperto. Também Jesus o louva por essa esperteza que o ajuda a resolver o próprio problema. Porém, quando faz o elogio ao administrador desonesto, Jesus quer fazer com que seus discípulos adquiram a mesma esperteza, para que tenham a mesma criatividade para fazer o bem e para buscar a justiça e a verdade.

O cristão é alguém entusiasta, alegre, porque sabe e reconhece que o Senhor lhe quer bem, que confia nele. Confia tanto a ponto de nos confiar o mundo inteiro. Concretamente, o mundo inteiro para nós é a vida, a família, os amigos, as pessoas queridas, a comunidade paroquial, o bairro, a escola, os companheiros de classe, etc.

Assim, também você é administrador dessas coisas, ainda que não tenha feito um curso de administração. Como administradores, somos chamados com a nossa criatividade, a nossa fantasia e o nosso amor a tornar esse patrimônio mais bonito, mais rico, de modo que Jesus fique venha a nos elogiar por sermos fiéis ao evangelho.

O segredo é aquele de ser fiel no pouco, fazendo bem o nosso trabalho de cada dia. Concretamente, o que isso significa? Que nós devemos ser mais responsáveis em casa, no trabalho e em toda e qualquer situação de nossa vida. Em casa, não podemos esperar que nossa mãe ou a esposa arrumem tudo, mas busquemos ser mais responsáveis a ponto de colaborar com elas naquilo que nos for possível. E se o Senhor vir que fomos fiéis no pouco, vai confiar-nos no futuro maiores responsabilidades.

O administrador desonesto é alguém que olha somente a si mesmo, olha sempre para baixo. O bom administrador é alguém que olha ao redor, tem um olhar atento e aberto àquilo que o rodeia para estar pronto para agir com alegria, amor, generosidade e criatividade.