Artigo: O fator X para o Juízo Universal

20/11/2011 - 0:00 - UCDB

Fonte: Pe. Pedro Pereira Borges

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Chegamos ao último domingo do tempo comum. Nele, celebramos a grande solenidade de Cristo Rei. A Igreja contempla hoje o evangelho de Mateus 25,31-46, que nos coloca diante do grande dia do juízo universal, no fim dos tempos.

Ao que tudo indica, no fim dos tempos não seremos julgados em base às missas que tivermos ido, às ofertas dadas na Igreja e às confissões sacramentais que tivermos feito diante de um padre.

Não seremos tampouco julgados em base à raça ou à religião que tivermos professado. Parece também que não acontecerá nesse dia uma seleção divina entre esposos e divorciados, entre heterossexuais ou homossexuais, entre os que professam a fé política na direita ou na esquerda.

Parece também que as divisões clássicas entre bons e maus que estamos acostumados a fazer não correspondem mais àquelas que se são feitas diante de Deus.

Não tive a oportunidade de assistir todos os programas do X Factor. Sei, no entanto, que um grupo de juízes durante as semanas do programa de televisão vão selecionando cantores até que sobre apenas um. Este que ficou por último é aquele que consegue cumprir com todas as regras do programa, mas principalmente a as habilidades canoras.

Segundo a parábola que Jesus conta, o fator x que nos faz vencedores no paraíso é a misericórdia. Essa é a habilidade que precisamos praticar para cumprir com todas as exigências do grande juiz, que é Deus, para entrarmos no Reino dos céus.

O programa X Factor congrega indivíduos de diversas proveniências: negros e brancos, pobres e ricos, bonitos ou menos elegantes. Mas ninguém é excluído em base a esses critérios.

O fator x da salvação também é assim. Podemos pertencer a qualquer religião, cultura, situação social, capacidade de trabalho, mas o que nos torna especiais aos olhos de Deus é a capacidade de amar e cuidar concretamente do próximo.

“Tudo o que fizestes ao um só destes meus irmãos pequenos, foi a mim que fizestes”. É este o fator x do homem que abre as portas do paraíso, não somente no fim do mundo e da nossa vida, mas agora.

Assim, entramos na segunda fase da nossa reflexão: Deus não está tão distante no tempo e no espaço de tal forma que não o possamos encontrar agora.

Não preciso esperar pelo fim do mundo para entrar em contato real com Deus, nem pensar que somente faço esse contato em momentos de experiências místicas, como se para entrar em contato com Deus é preciso ser alguém especial.

Toda vez que coloco em ação a minha capacidade de amar a quem está sem alimento ou no desconforto, a quem está sozinho, solitário, estrangeiro ou doente ou liberdade de expressão, eu realmente me coloco diante de Deus.

Então, de que adianta então ir à missa e rezar? Se para encontrar Deus basta praticar o bem, de que me serve me tornar cristão? A oração não é um merecimento e a fé cristã não é um privilégio.

Agradeço todos os dias pela fé que recebi e pelo Evangelho que me foi transmitido, porque por eles é que cheguei a entender que Deus não está longe de mim. Justamente na escuta dessas palavras de Jesus eu entendo o caminho de Deus não está fechado para ninguém, porque a ninguém é impossível amar… concretamente.

 

Fonte: Qumran