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“São estes os santos apóstolos que, na vida terra, fecundaram a Igreja com o seu sangue: beberam o Cálice do Senhor e se tornaram amigos de Deus”.
Esta antífona abre para nós as portas da celebração do dia de hoje: a solenidade de São Pedro e São Paulo. Ambos foram martirizados em Roma e o seu sangue, derramado após uma intensa vida apostólica, corre ainda hoje pelas veias da Igreja, sem que os seus fundamentos sejam abalados, porque eles se tornaram as colunas que a sustentam por terem se mantido fiéis à palavra que ouviram e assimilaram.
O evangelho de hoje é tirado de Mateus 16,13-19. Esse trecho é conhecido como a Confissão de Fé de Cesareia, região governada por Felipe, em nome de Roma. Ali, Jesus se encontrava a sós com os seus discípulos. Nesse retiro espiritual, após um período de anúncios e milagres, período no qual eles viram crescer a popularidade de Jesus, Jesus quis testar a sua fé.
Jesus sabia que, enquanto realizava milagres, encontrava-se com as pessoas, o povo tecia comentários a respeito de sua pessoa. O povo, no entanto, ainda não havia entendido a sua missão, apesar de todos os seus atos serem precedidos pelo anúncio do Reino.
Quem ouvia os comentários a respeito de Jesus eram os seus discípulos. E eles haviam ouvido falar que Jesus era um profeta, um líder político, João Batista redivivo, e tantas outras coisas.
Porém, Jesus estava mesmo era interessado em saber dos discípulos o que eles pensavam a seu respeito: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Na verdade, uma pergunta como esta, se feita por uma mulher que conviveu com o seu esposo por um certo período, é de provocar arrepios. É como se ela dissesse: há tanto tempo estou com você e você ainda não me conhece.
Jesus queria saber se os discípulos, após um tempo de convivência com Ele, já estavam preparados para assumir uma fé diferente daquela do senso comum, marcada pela comparação de seus atos com pessoas e coisas do passado.
Não é fácil para nós, ao convivermos com alguém, mesmo vendo que realiza coisas extraordinárias, dizer que ele tem um dom, é dotado de algo diferente. A convivência com Jesus também era feita de enfrentamentos, de aceitação e de não aceitação.
Em relação a Jesus, é preciso mais do que o senso comum para defini-Lo. É preciso a ação do Espírito Santo, porque é o Espírito de Deus quem inspira, a partir do alto, uma experiência de fé original. Pedro, o primeiro entre os discípulos de Jesus, o primeiro a ser escolhido às margens do lago da Galileia, num instante de profundo arrebatamento, respondeu, em nome de todos, que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo que devia vir ao mundo.
Em Cesareia de Felipe, naquele momento, deu-se início a construção da Igreja, esse edifício espiritual que tem levado muitos povos a passarem do Reino de Deus, aqui na terra, para o Reino dos céus, que é a eternidade.
Jesus reuniu, então, os seus discípulos ao redor de Si, e, naquele momento, ensinou-lhes que nada do que existe na Igreja se não houver a assistência do Espírito Santo, aquele que inspirou Pedro a reconhecê-Lo como Filho de Deus.
O diálogo termina com o lançamento da pedra principal da Igreja. Jesus disse a Pedro que de Simão ele se tornava Pedro, e “Sobre esta pedra, edificarei a minha Igreja”. Igreja que, nos séculos e milênios seguintes deveria ligar a terra e o céu, principalmente através do perdão dos pecados.
Esse grupo restrito dos amigos de Jesus foi acrescido com gente de todo tipo e de todos os povos. Paulo, que sequer havia conhecido Jesus, era uma espécie de fanático do judaísmo. Tenho estudado com profundidade as Escrituras, jamais poderia admitir que Jesus fosse o Cristo, ou seja, o Messias.
Quando percebeu que poderia acontecer uma divisão cultural entre os judeus, passou a perseguir os cristãos. Foi nessa perseguição que Paulo foi alcançado pela luz e pelo poder de Jesus.
Pela graça do Espírito Santo, ele, assim como Pedro, derramaram o seu sangue para dar origem a novos cristãos, e se tornaram as pedras fundamentais do edifício espiritual que é a Igreja. É por causa da fé desses apóstolos e de todos os outros que Jesus continua usando para levar aos homens a verdade, o respeito pelos direitos das pessoas e o respeito pela vida como parte da comunhão que pode existir entre a terra e o céu.
Esta solenidade é tão importante para nós, porque nos leva diretamente a proclamar Jesus como Filho do Deus vivo e a nos sentir parte integrante de uma construção que vem de Jesus e nos transforma em cidadãos do céu aqui na terra.
O desejo da Igreja, hoje, neste mundo marcado pelo materialismo, pela segurança na conta bancária, por um racionalismo científico que abafa qualquer possibilidade de uma ciência espiritual, é que o Espírito Santo inspire os discípulos de Jesus a reconhecê-lo como Deus e a proclamar isso no mundo, na família, em qualquer lugar que o cristão esteja.
Que esta festa nos ajude a ser como Pedro e Paulo: colunas que sustentam a Igreja e nos tornemos verdadeiros amigos de Deus!
Prova será on-line no dia 29 de junho