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Começa com a fome... Depois nos tenta com a religião e, enfim, com a riqueza. Este é o método que o Diabo segue, segundo o evangelho de hoje, de Mateus 4,1-11, para tentar Jesus no deserto.
É um crescendo de seduções, e Jesus, desde o início do seu caminho de Messias, foi duramente tentado. Ele mesmo, no fundo, decidiu ser tentado quando foi para o deserto e aí ficou durante quarenta dias. Parece que quer compartilhar com todos nós, não somente a carne, mas também o quanto é difícil fazer escolhas acertadas e o quanto é difícil ser coerentes. No fundo, é esta a verdadeira encruzilhada que o homem tem na vida.
No deserto, Jesus é como nós e se insere dentro da mesma necessidade de ter um projeto de vida e de ficar abandonado diante das seduções do Diabo.
No fim, no deserto, Jesus tomará a decisão de chegar até à raiz da sua missão, descobrindo na carne o quanto ela é importante e as tentações com as quais sempre se defrontará.
Eis, então, que, de repente, como se fosse uma forma de antecipação de tudo aquilo que acontecerá na jornada de três anos, que o separam da cruz, que o Diabo entra em cena e usa de todas as artimanhas possíveis para desviar Jesus de sua missão. Coloca-O diante da contínua escolha entre obedecer a Deus e obedecer aquilo que é contrário a Deus.
E o Diabo se pergunta: o que pode desviar Jesus do seu caminho? Com que tentação conseguirá fazê-Lo desistir do seu projeto de vida? Em outras palavras: qual o preço de Jesus para poder comprar a sua traição para com Deus e com a sua missão?
Tenta “comprá-Lo” com a fome e os desejos primários. Depois de quarenta dias, Jesus está cansado e faminto. Portanto, é fácil ceder diante de um merecido pedaço de pão. No fundo, como homem, Jesus tem direito a comer.
Também nós temos o nosso deserto, com nossos anseios e necessidades diárias. Frequentemente pensamos – ou somos tentados a pensar – que fomos feitos para comer e beber e, assim, manter o nosso físico em forma. Torna-se forte a tentação de construir o nosso sistema de valores a partir disso. Parece que é justamente isso que me faz bem fisicamente.
“Não somente de pão vive o homem”, responde Jesus por si mesmo e por nós também. No fundo, se pensarmos bem, é verdade que não fomos feitos somente para comer e beber, mas temos dentro de nós a fome do bem, da felicidade e, se prestarmos bem a atenção, também temos fome de Deus.
O Diabo, então, levanta o preço e tenta comprar Jesus com a religião. Usa as palavras de Deus, esvaziando-as de seu sentido e aplicando-as de acordo com o seu interesse. Essa é uma tentação muito forte também entre nós e os homens de todos os tempos. Nós queremos usar a Palavra de Deus e as palavras da religião para os próprios interesses, interesses que nada têm de Deus. A história está cheia desse uso falso das Escrituras e das tradições religiosas. Em nome de Deus já foram feitas guerras e foram cometidas as piores injustiças. E tudo isso, para grande alegria do Diabo, provocou um grande afastamento de gerações de homens da fé.
Mas também aqui Jesus resiste e se propõe, Ele mesmo, como modelo de verdadeira obediência a Deus, e toda a sua missão terá como objetivo mostrar a verdadeira face de Deus contra todas as falsidades que são cometidas em Seu nome.
E, por uma terceira vez, o Diabo levanta ainda o preço. Não conseguiu fazer com que Jesus caísse na sua teia nem com a fome nem com a religião. Então, usa a sedução mais forte: a riqueza. O Tentador sabe muito bem que todos têm um preço, basta somente fazer a oferta mais atraente.
O diálogo entre Jesus e o Diabo no deserto se parece com o que acontece no comércio árabe, onde quem quer vender e quem quer comprar lança as cartas para conseguir o preço mais conveniente.
O Diabo faz a sua oferta e leva Jesus sobre um monte altíssimo e lhe mostra todos os reinos do mundo e a sua glória, e lhe diz: “Eu te darei todas essas coisas se, prostrando-te aos meus pés, me adorares”. A riqueza e o poder são o preço justo e pode comprar qualquer um, também Deus!
Não é talvez isso aquilo que no fundo pensamos e alguns também fazem, hoje? Isso me fez pensar no livro intitulado O Dinheiro na Cabeça do psiquiatra italiano Vittorino Andreoli. A tese do livro é esta: hoje não é a cultura ou a religião que estão no centro do pensamento do homem, mas é o dinheiro e este se tornou o motor de todas as nossas decisões. A pergunta que fica não é esta: “quais os valores que regem a nossa sociedade?”, mas esta: “quanto posso controlar com o dinheiro?”.
Está enraizada no ser humano a convicção de que no fundo “tudo tem seu preço” e basta somente encontrar aquilo que é justo para poder mudar as opiniões, mudar os caminhos e as escolhas da vida.
Tudo pode ser feito com o dinheiro, inclusive são usadas grandes quantias de dinheiro para aumentar o consumo e também para corromper, inclusive, a moral. Estamos vivendo a época da moral ou ética da quantidade. Só precisamos ter o cuidado para não encontrar uma câmera que nos filme escondendo dinheiro dentro das roupas íntimas ou da meia. Por causa do dinheiro, muitas pessoas deixam de lado os valores morais. Resistem até certo ponto a corrupção, mas se alguém pagar um pouco mais, acabam por fazer as coisas por debaixo dos panos, perdendo assim a coerência. Portanto, a nossa é uma sociedade guiada exclusivamente pelo dinheiro.
Qual é o meu preço? Estou convencido de fato que nada pode me levar a mudar as minhas escolhas de valor que fiz e pelos princípios que me guiam? A fé que professo está imune à tentação do poder e da riqueza?
É consolador saber que também Jesus passou por essa porta estreita, e que também Ele foi tentado com as ofertas tentadoras do Diabo.
Ele permaneceu fiel e, portanto, a Ele nos confiamos nas contínuas tentações às quais somos submetidos.
O Tentador já foi escorraçado por Jesus para que nos libertemos de suas garras. Continuemos lutando para possamos vencer todas as seduções que ainda nos restam.
Atividade conta com alunos do 3º semestre de Publicidade e Propaganda
Prazo vai até 12 de agosto e deve ser feito pela internet