25/09/2011 - 0:00 - UCDB
Fonte: Pe. Pedro Pereira Borges
Veja as últimas notícias da UCDB para você que está interessado em UCDB
A parábola do evangelho deste XXVI Domingo do Tempo Comum, tirado de 21,28-32, condena um cristianismo de palavras, de testemunhos, de profissão de fé, mas vazio de atos concretos e convincentes.
Não basta ter um posicionamento. Às palavras devem seguir as ações. Às palavras deve seguir a conduta coerente e o exemplo pessoal. Ao “Creio”, que recitamos, deve seguir uma vida que não o desminta clamorosamente!
Era justamente sobre isso que escrevia São Cipriano: “Mostremos com os atos aquilo em que acreditamos e dizemos que somos”. Quanta incoerência pode existir na vida cristã!
Pode existir o cristão que diz sim a Deus apenas nas afirmações de princípio, na defesa das tradições religiosas, nas práticas, mas depois se mostra duro diante do próximo. Recusa-se a perdoar. Rejeita o perdão. Não hesita ferir, humilhar, desprezar, a difundir calúnias, difamações, fofocas.
O primeiro filho da parábola disse logo que sim, mas depois não cumpriu com a palavra. Mas justamente a recusa a amar, a respeitar os outros, anula todos os outros sins.
Podemos ficar na ilusão de que trabalhamos na Igreja e pela Igreja. Mas se não fazemos obras de caridade e de verdade, o nosso trabalho é inútil.
Há também o cristão que cuida da fachada, da aparência, do respeito às formas. Mas atrás de si esconde o oportunismo, o cálculo interessado. E na sociedade, tantas vezes, justamente esse tipo de pessoa é que é premiado, porque estão sempre prontas para o sorriso, para a reverência, ao aplauso servil.
Mas nós ouvimos as palavras sérias da primeira leitura (Isaías 55,6-9): “não é correta a minha conduta ou antes é a vossa que não é correta?”. “Meus pensamentos não são como os vossos pensamentos e vossos caminhos não são como os meus caminhos, diz o Senhor. Estão meus caminhos tão acima dos vossos caminhos e meus pensamentos acima dos vossos pensamentos, quanto está o céu acima da terra”. Por sorte, Deus não olha o coração!
Para viver um cristianismo autêntico, devemos praticar aquilo que diz São Paulo na segunda carta aos Filipenses (1,20c-24.27ª): “Nada fazer por espírito de rivalidade ou para vanglória. Cada um de vós considere os outros como superiores a si mesmos. Não buscai o vosso interesse, mas aquele dos outros”.
Este é o caminho que o cristão deve fazer. Existe um provérbio que afirma: “quem quer fazer algo encontra um meio. Quem nada quer fazer, encontra uma desculpa”.
Não busquemos álibis para o que devemos fazer. Se não quisermos ser ultrapassados por quem se converteu diante de situações difíceis e vive com fidelidade e coerência, é preciso que acordemos da nossa maneira de viver a nossa fé.
“Ao invés de perder tempo em julgar, criticar, condenar os outros, respondamos sim a Deus, e ao invés de mover a língua, movamos as mãos e o coração”, dizia Leonardo Sapienza, pois nós não somos acabados como cristãos, todos os dias nos tornamos tais.