22/04/2012 - 0:00 - UCDB
Fonte: Pe. Pedro Pereira Borges
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A ressurreição de Jesus é o fundamento da vida cristã: ressurgindo da morte, Jesus prova que é um ser divino. Disso, nós cristãos somos e devemos ser testemunhas. Mas, será que estamos convencidos que Jesus ressuscitado está vivo? Será que nós muitas vezes não ficamos na dúvida, como os apóstolos, como nos diz o evangelho de hoje, de Lucas 24,35-48.
Alguns anos atrás um jornalista, numa entrevista para um telejornal, perguntou a um grande empresário: “o senhor acredita em Deus?”. O empresário respondeu: “Vou à missa no Natal e na Páscoa, como o fazem muitos cristãos do nosso país”.
O jornalista, porém, insistiu: “Mas o senhor acredita em Deus? E o que o senhor pensa sobre Jesus?“. o empresário respondeu: “Não sei dar uma resposta assim, não posso dizer nada com certeza. São coisas que fogem ao nosso conhecimento e nunca pensei muito sobre isso”.
Foi como se o empresário quisesse dizer: é uma pergunta difícil demais para mim, pois tem hora que acredito e tem hora que não acredito, pois não existe nada que seja tão certo. E depois, este é um problema que não tem tanta importância para mim.
É preciso dizer que o empresário foi sincero. Respondeu como talvez muitos outros brasileiros que vão algumas vezes à missa, mas que nunca pensaram realmente por que vão à Igreja, o que querem lá, se querem conhecer e amar Deus e seu Filho, Jesus Cristo.
A sociedade na qual vivemos, construída sob medida sobre as bases do egoísmo humano, toda orientada para as coisas materiais, não deixa espaço para os problemas espirituais. O nosso tempo tem como característica a indiferença religiosa. Muita gente acredita e não acredita ao mesmo tempo, mas não se preocupa também em aprofundar esse problema que é fundamental para a vida do ser humano.
Mas acredito verdadeiramente que Jesus é o Filho de Deus, o Salvador do mundo? Consigo perceber que dar uma resposta positiva a essa pergunta significa mudar de vida, tornar-me testemunha de Cristo? Jesus diz: “Vós sois testemunhas destas de tudo isso!”.
Os homens de hoje precisam de exemplos concretos para acreditar. As palavras não convencem mais ninguém. É preciso fatos, isto é, testemunhos que anunciem a divindade de Cristo com a própria vida.
O evangelho de hoje nos convida a ser portadores de esperança na sociedade e na vida da humanidade, amando e imitando Jesus.
Vamos aqui recordar um testemunho entre tantos. Quem não se lembra de Madre Teresa de Calcutá, do Papa João Paulo II ou de Zilda Arns, que passaram a sua vida fazendo o bem com simplicidade. Quem não se lembra de tantas pessoas que foram na semana retrasada a Brasília protestar na frente do Supremo Tribunal Federal contra a aprovação pelos juízes do aborto de anencéfalos?
Essas pessoas nos lembram que no mundo e também em nosso país existem pessoas que vivem o evangelho com simplicidade o evangelho sem que estejam com o rosto estampado nos jornais ou que apareçam nos telejornais.
Quando a doutora Zilda Arns, a fundadora da Pastoral da Criança, faleceu, vítima do terremoto do Haiti, em 2010, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso assim definiu a sua vida: “O Brasil deve muito à Dra. Zilda Arns. Foi ela que mostrou como é possível, com a ajuda do trabalho voluntário, enfrentar os problemas sociais e reduzir o sofrimento dos mais pobres. Conseguimos baixar as taxas de mortalidade infantil, não apenas pela ação dos governos, mas pelo devotamento da Dra. Zilda e da Pastoral da Criança”.
O cofundador da Pastoral da Criança, o arcebispo primaz do Brasil, cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo afirmou que a morte de Zilda Arns devia ser encarada como testemunho de uma vida dedicada ao próximo. “Não é que ela desejasse morrer desse modo, mas, estando acolhida agora na mão de Deus, terá aceitado”, disse. “Ela morreu no posto de trabalho, no testemunho de sua vida”.
A vida Zilda Arns, ou da Irmã Sílvia, que há muito tempo conduz o São Julião, como tantos outros, são o melhor comentário para o evangelho de hoje, no qual Jesus diz: “Vós sereis testemunhas de todas essas coisas”, isto é, da ressurreição, da sua vida, do seu evangelho.
Também nós somos chamados a ser assim. De que maneira? Pedindo a Deus o dom da fé e da conversão a Cristo. A fé não é um pio sentimento, mas uma mudança radical de vida, uma orientação de toda a existência para o amor a Deus e ao próximo.
O testemunho pode ser dado por todas as famílias cristãs que se abrem à vida, que são abertas à vida, que se abrem e acolhem os necessitados, que vivem uma espiritualidade contínua e sólida, que são luz e coração das pequenas comunidades.
(Fonte: Qumran)
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