Artigo: Uma ponte entre Deus e os homens

16/05/2010 - 0:00 - UCDB

Fonte: Pe. Pedro Pereira Borges

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As pontes são estruturas fascinantes, não somente pela maneira como são construídas, mas, sobretudo, porque nós encurtam as distâncias, ligando as margens de um rio ou de um vale. Na construção das pontes a inteligência humana desde os tempos mais antigos foi colocada à prova. Imaginemos a ponte Rio-Niterói com 13km, onde passam milhares de veículos todos os dias.

É essa imagem da ponte aquela que nos vem à mente quando lemos o evangelho de hoje, de Lucas 24,46-53.

Lucas relata duas vezes o acontecimento da ascensão de Jesus ao céu: aqui, no fim do Evangelho, e, depois, no início do relato da primeira comunidade dos cristãos, no livro dos Atos dos Apóstolos, que neste domingo escutamos como primeira leitura.

A ascensão é a conexão entre os dois relatos de Lucas, que muitos definem como um único evangelho, dividido em dois tempos: o tempo de Jesus e o tempo do testemunho dos discípulos sobre Jesus.

No relato do evangelho, Lucas descreve de maneira propositalmente vaga e indeterminada os acontecimentos que dizem respeito ao afastamento de Jesus Ressuscitado dos seus amigos e discípulos. Na verdade, o lugar e a modalidade do fato são vagos, quase simbólicos, e, na prática, é contado com se, num determinado momento, Jesus não estivesse mais com os seus amigos e mudasse a maneira de estar presente entre eles. Não há um clima de tristeza na despedida, antes parece uma separação prevista e tranquila. Os apóstolos estão contentes e Lucas os descreve como que numa oração sem fim.

A subida de Jesus ao céu não é vista como uma separação definitiva. Jesus não passou para uma outra dimensão, para junto de Deus, sem mais possibilidade de comunicação. Isso, sim, criaria sofrimento e tristeza nos seus amigos!

Jesus, subindo ao céu depois de ressuscitado, criou uma ponte. Toda a sua vida foi dedicada em colocar as bases dessa ponte entre a realidade de Deus e a realidade dos homens, que parecem sempre tão incomunicáveis e distantes. Quantas vezes também para nós a realidade de Deus parece distante e quase inexistente. São tantas as preocupações que temos na margem da nossa vida, que pensar em Deus às vezes parece inútil e, para muitos, é uma perda de tempo.

Voltando à imagem da ponte, vem-nos àmente quando vamos para Corumbá e a estrada é tomada pela neblina. Imaginem como ficaria atravessar a ponte sobre o Rio Paraguai. Especialmente durante a noite, a neblina esconde uma margem da outra do rio. Parece até que um dos lados do rio despareceu. Nós não temos medo de passar a ponte porque sabemos que do outro lado encontraremos de novo a terra firme. A ponte se torna, portanto, um sinal de esperança e uma possibilidade aberta, ainda que nossos olhos não vejam o que está do outro lado do rio.

Jesus ressuscitado que sobe ao céuécomo uma ponte construída para chegar até Deus. Foi assim, acredito, que os apóstolos, seus amigos, viram-no sofrer e morrer, mas agora O sentem vivo, mas não separado deles. A sua alegria, assim como é contada no Evangelho, é testemunho da sua certeza de que, mesmo na dureza da vida e na neblina da fé, a margem de Deus não desapareceu diante de nós.

As últimas palavras que Jesus fala para os discípulos são uma verdadeira mensagem de esperança: “Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia. E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas de tudo isso. Eu vos mandarei o Prometido de meu Pai; entretanto, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto”.

Os discípulos, portanto, não somente têm em Jesus “uma ponte” que liga o céu à terra, mas entre Deus e eles. O Espírito Santo transforma os próprios discípulos em “pontes”, como Jesus

“Vós sois as testemunhas de tudo isso”, diz Jesus aos discípulos e a nós. A nossa tarefa de cristãos é, portanto, ser ponte entre quem busca Deus e o próprio Deus. Parece difícil e às vezes impossível. Mas é justamente por isso que Jesus sempre nos dá a promessa de uma força que vem do alto. É o Espírito Santo – e não somente as nossas fracas forças humanas – que nos transforma em pontes vivas.

Somos pontes não somente para quem estápróximo de nós, mas para todos com os quais nos encontramos e para os quais somos enviados, até os confins da terra, como está escrito nos Apóstolos.

Fonte: qumran2.net

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