Evangelho do dia: A Igreja não pode deixar de celebrar Maria

08/09/2010 - 0:00 - UCDB

Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral

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Hoje, celebramos o dia da natividade de Nossa Senhora. Na vida de Maria, tudo foi planejado por Deus e aceito por ela como motivação para a sua existência. No evangelho de hoje, Mateus (1,18-23) apresenta uma lista seca e chata de ser ouvida de nomes que abrem o seu Evangelho, que é a Boa Nova de Mateus. Que boa nova pode ser sacada a partir do registro dos antepassados de um povo?
Nestas linhas finas está uma mensagem mais instigante: Deus visita a nossa história, não como um hóspede de passagem, mas fazendo-se carne da nossa carne. É escandaloso o mistério da Encarnação, acontecimento que é difícil ao ser humano aceitar, a não ser pela luz da fé.
O homem quer fazer-se Deus: esta é a tentação que regularmente ameaça diferentes gerações, assumindo vez por vez uma forma diferente. As tentações vieram desde Adão, passaram pela tentativa de construção da Torre de Babel e chegaram até nós em forma de poder político e econômico, tecnologia e até religiosa. Nada, nem mesmo aquilo que é mais nobre e mais sagrado, está livre do risco de ser distorcido pela ambição e pelo egoísmo humano. Aquele enigmático “sereis deuses” ainda percorre nossos cominhos, insidiando e devastando subliminarmente nossos corações.
É quando urge debelar o mal para restituir ao homem a sua verdadeira dignidade. E eis que o de um elenco miserável, no qual se entrecruzam grandeza e miséria, o verdadeiro espelho da humanidade, que alguém vem a infligir um golpe decisivo na raiz infectada. Sim, Jesus Cristo “mesmo sendo de condição divina, não se apegou ciosamente a ser igual a Deus, mas se esvaziou de si mesmo, tornando-se semelhante aos homens” (Fil 2,6-7). E justamente graças a esse seu esvaziamento “nós temos graça sobre graça” (Jo 1,16).
No último elo dessa corrente encontramos o casal de Nazaré e, nesse casal, Deus associa Maria ao mistério de esvaziamento a que Jesus se sujeitou. É por isso que nenhuma criatura se iguala a ela em grandeza: tanto mais luminosa ela é mais humilde e escondida ela fica.
É por isso que a Igreja não pode deixar de celebrar Maria. Apesar da secura espiritual que assola a humanidade, Ela nos ensina que no caminho do homem está Deus que quer nos restituir a paz. Hoje, em nossas meditações, podemos dar uma parada ao lado de Maria, pedindo-lhe para que sejamos capazes de mergulhar na sua humildade e pequenez, que permitiram que ela desse espaço para Deus.