Evangelho do dia: A morada de Deus se encontra em Jesus e em cada um de nós

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Hoje, celebramos o Dia Nacional da Consciência Negra. Que nossa terra seja de irmãos verdadeiros, onde não haja nem escravos nem senhores, nem divisão nem dominação. Infelizmente, ainda há em nosso país crianças tratadas como escravos, mulheres que não têm seus direitos respeitados, anciãos que vivem sem dignidade. Um dia como este deve nos lembrar o compromisso que temos com a liberdade e a fraternidade.

O evangelho de hoje é tirado de Lucas 19,45-48. Lucas narra o episódio da expulsão dos vendedores do templo de Jerusalém. Para Jesus, o templo é casa de oração e não de comércio. O resultado foi que os chefes dos sacerdotes e os anciãos procuravam uma maneira de matar Jesus, mas tinham medo de fazê-lo, porque a multidão admirava Jesus.

Como já o manifestara aos doze anos, Jesus sempre esteve possuído pelo zelo em relação ao Templo. O Templo, sinal da unidade nacional, era o lugar da oração, mas havia os que se aproveitavam da situação em benefício próprio usando o nome de Deus. Aquele local sagrado foi esvaziado do seu sentido, do seu objetivo, a pornto de transformá-lo em umacasa de comércio.

Olhando por este prisma, é possível afirmar que, nas mãos do ser humano, até as coisas santas podem chegar a servir para fins não santos. Com Jesus, a santidade original do Templo é restabelecida. O Templo deixa de ser uma construção humana, para se tornar a morada de Deus. Essa morada se encontra em Jesus.

Por conta de suas afirmações e de suas ações, a reação dos inimigos de Jesus tornou-se também cada vez mais violenta. Havia, porém, muitos que o admiravam, fascinados por sua palavra. A expressão de Lucas ajuda-nos a ter uma pequena ideia da impressão causada por Jesus, por sua pessoa, suas ideias e sua capacidade de se comunicar. Mas era principalmente agindo nos corações, com seu poder divino, que ele os seduzia e conquistava.

Em Jesus ressoa a palavra de Jeremias: “Os meus pensamentos são de paz e não de desgraça, diz o Senhor. Invocar-Me-eis e atenderei o vosso clamor, e farei regressar os vossos cativos de todos os lugares da terra”.

Hoje, em uma época em que a vida é tão desvalorizada, precisamos transformar o corpo do ser humano em um verdadeiro santuário da presença de Deus. Jesus reergueu o Templo da Cidade Santa com a sua Ressurreição. Os cristãos devem voltar a viver o valor da vida, do respeito ao corpo do outro, para mudar o quadro de violência por que passam as nossas cidades.

A Igreja é apenas um lugar no qual se reúnem todos os povos da terra. Sagrados somos cada um de nós que a formamos. Nela devem imperar o respeito, a fraternidade, a acolhida a todos. Os dons que Jesus nos concede não são propriedade de ninguém. São graças que a Igreja dispõe para todos. Que nós sejamos capazes de tornar as nossas igrejas lugares de oração e espiritualidade, para colhermos os frutos da graça que os nossos corações necessitam. E que nós sejamos homens e mulheres de oração, capazes de fazer o nosso clamor chegar até Deus, para que a nossa geração veja surgir a Civilização do amor!