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Estamos num ano eleitoral. Nos próximos meses, os partidos começarão a escolher seus candidatos a governadores dos Estados, deputados estaduais e federais, senadores e presidente da República. Durante os últimos anos, assistimos a toda sorte de desvios da conduta política – quatro presidentes do Senado tiveram que renunciar, alguns deputados foram cassados, outros conseguiram a redenção porque foram julgados por seus pares; a oposição tentou implantar a CPI da Petrobras e teve que ficar como coadjuvante do processo; no Rio Grande do Sul, a governadora foi acusada de desvio de dinheiro público e o governador do Distrito Federal foi preso após o escândalo que ficou conhecido como “o Mensalão do Democratas”.
O poder possui uma força de atração sem limites. Alguns conseguem renascer das cinzas, como aconteceu com o Deputado Paulo Maluf, eleito por significativa quantidade de votos pelo Estado de São Paulo. No período de eleição não há crise, porque as doações surgem de toda parte, como que por milagre. Os partidos recebem recursos públicos e privados. No fim, os candidatos eleitos assumem compromissos com quem os financiou e não com a população.
Entre os discípulos de Jesus, alguns deles pensaram em brilhar não pelo serviço, mas pelo poder que poderiam ter sendo fieis a Jesus. No evangelho de hoje, de Mateus 20,17-28, primeiro Jesus anuncia que após chegarem a Jerusalém, será entregue nas mãos dos fariseus e dos mestres da Lei. Vai sofrer e ser morto. Logo em seguida, apresenta-se a mãe de Tiago e João, que pede a Jesus para fazer com seus filhos se sentem ao seu lado direito e ao lado esquerdo quando estiverem no seu Reino. Jesus diz que o sentar-se ao seu lado depende das disposições do Pai e não dele. Os discípulos, por um lado, irão experimentar do seu cálice, isto é, da sua morte, mas não devem, por outro lado, ser como os reis que oprimem o povo. Dá, então, a lição final de toda sua pregação: entre eles, “quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”.
As palavras de Jesus deveriam ressoar nos ouvidos de todos aqueles que almejam assumir qualquer cargo tanto na comunidade religiosa quanto na direção do país, dos Estados e dos municípios. Em primeiro lugar, na comunidade religiosa, tudo o que fizermos, seja como líderes ou como o mais simples dos fieis, deve ser realizado como um serviço. As relações que regem a existência da comunidade cristã são baseadas na caridade, no perdão e no amor, e não no poder.
Em segundo lugar, na sociedade, a política deveria também estar a serviço do cidadão. Infelizmente, não é isso o que vemos. As listas dos candidatos são abertas e até políticos que renunciaram para não serem sepultados politicamente, como Vicentinho e João Paulo ou o Senador Renan Calheiros, retornam à cena política nacional como se nada tivesse acontecido no ano anterior.
É por isso que Jesus não quer que a religião se imiscua nos assuntos políticos. Ela deve ser luz para os homens da política e também para o cidadão quando tem que reforçar a sua voz profética na defesa da vida e da dignidade da pessoa humana. Os discípulos, portanto, não devem ser como os governantes. Devem, sim, manterem-se livres para poder servir e não para quererem ocupar lugares de destaque que os levem a se corromper com as propostas do mundo.
A política ensinada por Jesus deve estar a serviço da vida. Portanto, não sejamos como Tiago e João, que queriam o poder; sejamos, sim, como Tiago e João que deram a vida para defender a sua fé no poder de Jesus. Não foi com o poder político que ficaram famosos, mas foi com o poder da fé que eles herdaram o Reino dos céus.
Evento será realizado em sala de aula no bloco A
Inscrições podem ser feitas na internet, basta acessar ucdb.br/possaude