Evangelho do dia: A preocupação de Jesus e nossa deve ser sempre com a salvação

11/12/2009 - 0:00 - UCDB

Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral

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Nós muitas vezes andamos pelas ruas de nossas cidades, mas não reparamos o semblante das pessoas que passam por nós; também analisamos os motivos que levam umas a terem pressa e outras a andarem despreocupadamente, como se estivessem na rua apenas por quererem estar lá, naquele momento. Se pararmos para olhar, algumas pessoas estão preocupadas, outras estão pensando no produto que vão comprar; outras, ainda, estão à procura de emprego ou mesmo resolver este ou aquele problema. Nós não reparamos nas pessoas porque ficamos imersos em nossos próprios problemas, em nossos sentimentos; às vezes queremos nos tornar invisíveis aos outros.

Jesus, no entanto, não era assim. Segundo o evangelho de Mateus 11,16-19, Ele analisa o movimento das pessoas, percebe os sentimentos que elas trazem em seus corações e se pergunta: "Com quem vou comparar esta geração? São como crianças sentadas nas praças, que gritam para os colegas, dizendo: ‘Tocamos flauta e vós não dançastes. Entoamos lamentações e vós não batestes no peito!’ Veio João, que nem come e nem bebe, e dizem: ‘Ele está com um demônio’. Veio o Filho do Homem, que come e bebe e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de cobradores de impostos e de pecadores’. Mas a sabedoria foi reconhecida com base em suas obras.”

Jesus não olha para as pessoas apenas para criticá-las. Ele não se centra em si mesmo para analisar a situação do seu povo. Sua preocupação é com a sua salvação. A salvação estava diante do povo, ao seu alcance, mas, infelizmente, Israel tinha muitas desculpas para se esquivar de Jesus e para não escutá-lo.

Não era para menos. A situação política da nação estava dominada pelos romanos, que haviam imposto a Israel uma dominação sem precedentes. Até os líderes religiosos, que gozavam de certa liberdade, agiam de um jeito com o povo e de outro com os governantes. A tradição havia até mudado a Lei de Deus tornando possível até questionar qual dos mandamentos era o maior.

Para não escutar Jesus, o Deus que salva, e para desqualificar a sua pregação, bastava olhar com quem Ele andava: os pecadores, as mulheres, aqueles que Ele havia curado, a prostituta que Ele havia perdoado. Os líderes sabiam até o que Jesus comia ou bebia. Para eles, ficavam algumas questões: como pode um homem falar tão bonito, como quem tem autoridade, comer e beber junto com os pecadores e os cobradores de impostos? Como Ele podia dizer que era Deus, perdoando os pecados dos homens?

Jesus percebe a indiferença do seu povo e a superficialidade com que ouve a sua palavra. Falta-lhe muita coisa para amadurecer a fé e dar um salto de qualidade nas próprias esperanças. Por isso, Ele compara a sua geração com uma geração que perde a oportunidade de ver as promessas de Deus feitas através dos profetas; chama seus conterrâneos de crianças birrentas e caprichosas. Para elas, não adianta nem carinho. Elas continuam chorando até que algo as distraia de suas intenções.

Em nossa caminhada rumo ao Natal, somos convidados não a olhar as pessoas que passam pelas ruas, mas a nós mesmos. Precisamos analisar a nossa atitude diante de Jesus. Ele veio um dia em Belém; vem todos os dias às nossas vidas através de sua Palavra e da Eucaristia; e quer vir mais uma vez para nos levar para junto de si.

O nosso encontro com Ele deve provocar em nós não a desfeita em relação à sua palavra, mas uma atitude de respeito, de conversão e de acolhida às esperanças que Ele quer nos oferecer. Também devemos estar atentos às necessidades do nosso próximo, buscando entendê-lo na situação em que se encontra.

Não é pela crítica que iremos mudar a história, mas pela compreensão, pela misericórdia e pelo carinho. Jesus mostra que estas são as atitudes que os sábios seguem e é por elas que conseguiremos transformar o mundo.Ele não pede de nós tristeza, ressentimentos, discórdias, enganos. Pede, sim, que sejamos acolhedores, alegres, companheiros, solidários e fraternos. Da próxima fez que você sair pelas ruas, primeiro olhe o que há dentro de você. Depois, perceba o olhar de cada pessoa com a qual você se encontra. É nessa pessoa que você deve encontrar Jesus, sem críticas, mas com misericórdia. E é dessa maneira que todos nós poderemos celebrar o Natal trazendo-o para o nosso coração.