Evangelho do dia: Ainda há tempo: podemos ser como João Batista

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O evangelho de hoje é tirado de Mateus 11,11-15. Jesus surpreende pelas palavras que diz à multidão: “Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele. Desde a época de João Batista até o presente, o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam. Porque os profetas e a lei tiveram a palavra até João. E, se quereis compreender, é ele o Elias que devia voltar. Quem tem ouvidos, ouça”.
João é o símbolo eficaz de todos os testemunhos de Deus que suscitaram, e suscitam, contradições e violência. Naquela época, como hoje, a verdade que vem de Deus, que desmascara a hipocrisia dos poderosos – como Herodes – é soprada para fora, normalizada, decapitada. Para quem exerce o poder, é melhor uma religiosidade controlada por eles, uma profecia que confirme a situação, uma fé piegas do que um testemunho incômodo. O Reino sofre violência, que descoberta, bem o sabem os milhões de cristãos, religiosos, missionários, catequistas, que denunciam os abusos e as injustiças deste nosso tempo, mostra que não existe desenvolvimento, mas dependência.
Nós conhecemos a história de irmãos que sabem que podem se levantar com uma bomba sob o carro ou um matador que os espera. O Reino sofre violência e os violentos assumem seus postos, isto é, os fortes, os decididos, não os vacilantes. Hoje, até por ser católicos já somos enxotados de lugares comuns da sociedade.
Diante de João Batista, o nosso cristianismo de escritório e de chinelos vacila, as nossas devoções cômodas empalidecem: vivemos no tempo dos fortes – não dos arrogantes – e testemunhar o Mestre Jesus pode talvez nos fazer remar contra a maré. Isso acontece, caros irmãos e irmãs, nos nossos tempos tolerantes, se vocês são cristãos não tão politicamente corretos, não fanáticos, mas fiéis à essência do evangelho, estejam preparados para as pequenas perseguições. E se, ao contrário, não aconteceu que você teve que defender a sua fé, das duas uma: ou você vive num mosteiro ou você ainda não se vê como discípulo.
O tempo do advento é um tempo forte para dar testemunho de que ainda existem valores a ser preservados, como a vida, a família, inclusive a Igreja. O cristão que quer receber Jesus no Natal deve ser forte como João Batista para merecer a graça de ser defendido por Jesus diante do Pai. Ainda há tempo: podemos ser como João Batista!

Fonte: La Chiesa