Evangelho do dia:Amai os vossos inimigos

14/06/2011 - 0:00 - UCDB

Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral

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Após o longo período da Páscoa, voltamos ao tempo comum. Continuamos com a leitura do evangelho de Mateus. Hoje, o trecho que lemos em nossas comunidades é tirado de Mateus 5,43-48.

Este trecho visa aprofundar a novidade trazida pelo Filho de Deus quando anunciou o seu projeto sobre a montanha no discurso que chamamos de o Sermão da Montanha.

Se ontem o quadro tinha como moldura uma mensagem de caráter jurídico e institucional, hoje a nossa atenção deve ser colocada sobre um terreno significativamente religioso.

Os interlocutores de Jesus conheciam certamente o importante mandamento “amarás o teu próximo”, mas, buscando ao menos em parte responder à pergunta decisiva: “quem é o meu próximo?”, excluíam com certeza os inimigos como destinatários do seu amor. Estes, aliás, eram geralmente odiados, mesmo sem uma indicação precisa nas Escrituras.

As dificuldades apresentadas ontem explodem completamente no trecho de hoje. Para Jesus, não tem mais sentido dar rosto e nome ao próximo.

Nós conhecemos outros textos famosos – por exemplo, a parábola do bom samaritano – nos quais quem precisa de nós não tem nome nem rosto. Isso porque somos chamados diretamente a amar os inimigos e a rezar por aqueles que nos perseguem. São eles, sobretudo, os primeiros destinatários da “nova legislação” promulgada por Jesus. São eles os primeiros que devem estar no centro da nossa atenção, tão insólita, nas nossas relações.

De resto, o próprio Jesus colocou repetidamente seus inimigos no centro de sua atividade pública. Entre os tantos inimigos que Israel conhecia, lembremo-nos somente da hostilidade para com os samaritanos. Tiago e João, os filhos do Trovão, perguntaram a Jesus se não queria que mandassem descer fogo do céu para consumi-los.

São palavras ditas dentro do grupo mais ligado a Jesus (Lc 9,55). Jesus, ao contrário, mostra comportamentos bem diferentes. Lembremo-nos do longo diálogo com a samaritana (Jo 4), da parábola do bom samaritano, já mencionada acima (Lc 10,29-37), do leproso samaritano, o único entre dez doentes que, ao se ver curado, voltou para agradecer (Lc 17,17).

As palavras de hoje, pronunciadas por Jesus, servem para mostrar a fragilidade da humanidade e a força dos cristãos. Nós não somos chamados a viver uma práxis “normal” – como fazem os pagãos ou qualquer prática religiosa que condene o inimigo –, mas somos chamados viver a prática da perfeição, porque somos chamados à santidade: “Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”.