23/11/2009 - 0:00 - UCDB
Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral
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Lucas, falando de uma situação de hoje, como ontem, fala de uma maneira dramática, servindo-se de elementos presentes na vida de Israel que retratam as contradições dessa sociedade. Ele fala dos ricos e das viúvas, da miséria e do supérfluo.
Com esses constrastes, Lucas não quer escrever um evangelho para fazer exortações piedosas aos cristãos. Ao contrário, sua intenção é iluminar a nossa realidade atual para que possamos entender que não vivemos hoje num mundo tão diferente daquele no qual Jesus viveu.
No evangelho de hoje, de Lucas 21,1-4, Jesus está perto da caixa de ofertas do Templo. Ele vê uma pobre viúva que deposita ali duas moedas de pouco valor. Como resultado, Ele elogia a pobre viúva. Por outro lado, o tilintar das moedas dos ricos caindo na mesma caixa dói-lhe nos ouvidos. Eles não fazem uma oferta sincera, para agradar a Deus. Assim como Caim, eles dão do seu supérfluo. Sua relação com os bens e as ofertas que fazem são apenas para desencargo de consciência. O tilintar das moedas significa para eles: eu sou abençoado; Deus não me deixa faltar nada. Quanto a vocês, pobres, vocês vivem como se Deus os tivesse abandonado.
O olhar de Jesus é como que um juízo sobre a atitude daqueles que têm uma relação diferente com os bens, com o dinheiro. Um juízo que é sempre difícil de aceitar, mas que ilumina o gesto e o coração das pessoas.
Jesus elogia a viúva, porque, na sua pobreza, ela ofereceu tudo o que tinha para viver. Também aqui há um forte contraste nas palavras de Jesus: duas moedas são duas moedas; mas Jesus considera-as mais preciosas do que as ofertas dos ricos. O gesto desta mulher lembra o da mulher anônima que, na véspera da paixão de Jesus, perfumou os seus pés e a sua cabeça com perfume precioso. É um gesto belo que agrada a Jesus mais do que qualquer outro.
O pouco da pobre viúva é tudo aos olhos de Deus, enquanto o muito dos ricos é simplesmente supérfluo. Também aqui encontramos um juízo bastante claro: Deus aprecia mais o valor qualitativo do que o valor quantitativo dos nossos gestos. Só Ele vê o nosso coração e nos conhece profundamente.
O texto evangélico leva-nos a refletir sobre o valor do dom, do dom de si mesmo. A viúva fez um gesto eloquente: deu com generosidade e confiança, revelando o seu bom coração e o valor daquele a Quem doava. Manifesta-se aberta a Deus, cheia de confiança nele e, ao mesmo tempo, mostra que, para ela, Deus é o supremo bem. O seu gesto é um ato de fé, de abandono à Divina Providência, um ato de adoração.
Os dons ligam as pessoas umas às outras, não tanto pelo valor que têm em si mesmos, mas por causa dos sentimentos que revelam no coração de quem dá, e pelo valor atribuído a quem se dá. É o coração que torna precioso o dom. Sob o ponto de vista religioso, a fé altera radicalmente o valor do que se dá. O pouco da viúva, dado com fé, é tudo; o muito dos ricos, dado sem fé, é nada. O que torna precioso um dom é a intenção que o acompanha. Se a finalidade do gesto de doação é Deus, o dom assume um valor extremamente grande. É Deus Quem o acolhe, o aprecia e o agradece.
Evento será realizado no auditório do bloco M
Evento será realizado em sala de aula no bloco A