Evangelho do dia: Deus é louco!

23/07/2010 - 0:00 - UCDB

Fonte: Pró-reitoria de Pastoral

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Jesus hoje explica a parábola do semeador, de acordo com Mateus 13,18-23. Ele diz: “Ouvi a parábola do semeador: Todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. A semente que caiu em terreno pedregoso é aquele que ouve a palavra e logo a recebe com alegria; mas ele não tem raiz em si mesmo, é de momento: quando chega o sofrimento ou a perseguição, por causa da palavra, ele desiste logo. A semente que caiu no meio dos espinhos é aquele que ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele não dá fruto. A semente que caiu em boa terra é aquele que ouve a palavra e a compreende. Esse produz fruto. Um dá cem, outro sessenta e outro trinta”.
Quando ouvimos essa explicação de Jesus, logo nos vem a pergunta sobre a atitude do semeador. Ele não semeia em uma terra preparada para a plantação, mas em vários lugares. Parece até um louco que pega a semente do saco e lança-a ao acaso, mas provavelmente Deus é um louco, louco de amor, que não tem medo de semear seu amor sobre quem Ele bem quer, sem olhar antecipadamente em que terreno está semeando.
Nós sempre pensamos que somos nós os semeadores. Isso acontece quando educamos os filhos, damos catequese, damos o bom exemplo, sempre que manifestamos o nosso amor e a nossa fé. Mas isso não passa de presunção da nossa parte.
Lendo melhor a parábola não fala de um semeador, mas do semeador. Os homens são os vários tipos de terrenos. Onde a terra é boa a semente produzirá fruto e poderá dar muitas outras sementes para os outros solos.
É esta a maneira como se realiza a nossa missão, não de semear, mas de ser ou de se tornar terra boa, para deixar que a semente da palavra germine em nós e produza frutos. Nós somos um meio, um pequeno instrumento nas mãos de Deus, como dizia Madre Teresa.
Como terra boa que devemos ser, também precisamos descobrir o serviço que a semente presta. Olhando-a a partir desta perspectiva não podemos ficar lamentando se não somos acolhidos, se da nossa presumível semente não vemos os frutos: tanto a semente quanto os frutos estão nas mãos de Deus: o semeador.
Imaginamos que podemos dizer que, por exemplo, o matrimônio confere ao casal o ministério da semente, porque é a isso que é chamado a fazer: derramar o amor incessante um para com o outro, mesmo quando o marido ou a esposa não possui a capacidade de ser terra boa e de acolher o outro. Nunca deve faltar esse esforço contínuo e recíproco do semear e do tornar-se terra boa.
E isso vale para todos: tornar-se terra boa significa produzir frutos e, portanto, produzir novas sementes para semear. Quando também nós pudermos ver os frutos, poderemos ter a certeza de ter cumprido com a nossa missão, de ter colaborado na realização do projeto de Deus: um projeto universal e infinito de paz e amor.
Da próxima vez que formos ler essa parábola, deixemos que esse louco, que é Deus jogue a semente da sua vida lá onde o nosso coração ainda precisa ser convertido.