Evangelho do dia: Em Maria, realiza-se em plenitude a misericórdia do Pai, que é Jesus

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Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “A oração de Maria caracteriza-se pela fé e pela oferta generosa de todo o seu ser a Deus. A Mãe de Jesus é a Nova Eva, a «Mãe dos viventes»: ela pede a Jesus, seu Filho, pelas necessidades de todos os homens” (Compêndio 546). Ainda segundo o mesmo Catecismo, “Jesus, segundo o seu coração de homem, foi ensinado a rezar por sua Mãe e pela tradição judaica. Mas a sua oração brota duma fonte secreta, porque Ele é o Filho eterno de Deus, que, na sua santa humanidade, dirige a seu Pai a oração filial perfeita” (Compêndio 541).

Mas, na Bíblia, existe uma oração feita por Maria? Sim. É justamente sobre essa oração que fala o evangelho de hoje, de Lucas 1,46-56. Esse trecho do evangelho fala do Cântico que Maria proferiu quando se encontrou com sua prima, Isabel. O Cântico é chamado de Magnificat, mas é uma oração de jubilosa ação de graças que ela eleva a Deus porque sua esperança foi realizada pelo cumprimento das promessas divinas.

Na Bíblia, o Magníficat é considerado o Salmo de Maria. Porém, esse Cântico é um verdadeiro mosaico de citações e alusões ao Antigo Testamento. Na boca de Maria, essas citações são interpretadas à luz da vinda de Jesus ao mundo.

O Salmo de Maria tem forte influência do salmo entoado por Ana, a mãe de Samuel, que havia feito uma promessa ao Senhor: “Senhor dos exércitos, se olhares para a aflição de tua serva e de mim te lembrares, se não te esqueceres da tua escrava e lhe deres um filho homem, eu o oferecerei a ti por toda a vida, e não passará navalha sobre a sua cabeça” (1 Sm 1,11).

Após receber a graça de ter Samuel, Ana canta, então, ao Senhor, as palavras que Maria repete diante de Isabel (1 Sm 2,1-10).

Tanto Ana como Maria veem no nascimento de seus filhos as ações de Deus como parte de um processo duradouro de deposição das expectativas humanas orgulhosas e a exaltação dos humildes. Para Maria, a ação de Deus em sua vida significa simplesmente bondade.

Maria começa o Cântico mostrando a humildade da mãe de Deus: Minha alma engrandece ao Senhor. E termina dizendo que Deus acolheu Israel, seu servidor, como havia prometido aos pais da nossa fé, em favor de Abraão e de sua descendência para sempre.

Na voz de Maria toda a humanidade se sente identificada nesse hino de agradecimento pelas maravilhas operadas por Deus em favor do seu povo; em Maria, nós podemos estar conscientes de que realmente o Senhor dispersa os soberbos e exalta os humildes. Mas o hino é também um grito de guerra com o qual Israel lançava sobre os seus inimigos, na certeza de que Deus estava com eles. Quem sabe não encontramos nas palavras de Maria o grito de guerra para reanimar os cristãos que andam desanimados na sua fé.

Mas não é somente em Lucas que encontramos uma oração de Maria. No livro de João, em especial nas Bodas de Caná, ela apenas diz ao seu Filho: “eles não têm mais vinho” e nos recomenda a fazer tudo o que Ele nos disser (Jo 2,1-11).

De qualquer forma, Foi a Palavra de Deus que inspirou a Maria a sua palavra, como foi o Filho de Deus que nela encarnou e se fez o Filho do homem, Jesus Cristo, levando em si e consigo os homens, agora seus irmãos, para louvor da glória de Deus.

Nesta nossa preparação para o Natal, alegremo-nos com Maria, porque com nós podemos ver as promessas de Deus realizadas em nós através de seu Filho Jesus. No cântico que ela cantou se revela o mistério da salvação. Deus, por amor ao seu povo e para sua salvação, escolheu instrumentos simples e humildes, como Maria, para a realização de sua Aliança. É a história da misericórdia divina vencendo os prepotentes do mundo. No Reino do Senhor os pobres têm pão com fartura e os saciados serão despedidos de mãos vazias, porque vazio estava o coração deles. Em Maria, realiza-se em plenitude a misericórdia do Pai, que é Jesus.

Visite o Site da Pastoral da UCDB e peça a sua oração: http://www3.ucdb.br/pastoralwp/