13/01/2011 - 0:00 - UCDB
Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral
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Meditemos as palavras da Carta aos Hebreus: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações”, que são uma exortação sempre urgente e importante. Para compreendê-la bem, é preciso perceber que a voz do Senhor não é, em primeiro lugar, uma voz que obriga, mas uma voz que promete, e é sobre este ponto que somos exortados: quando ouvimos a voz do Senhor que promete, não devemos fechar o coração. O salmo faz alusão ao Êxodo e precisamente no momento em que, depois de uma rápida travessia do deserto, os israelitas conseguem ter uma primeira visão da terra prometida. Moisés manda espiões para que observem como é a terra, sua prosperidade, seus habitantes, suas cidades e, quando eles retornam, diz ao povo: “Deus vos dá esse país, vamos e tomemos posse dele”: é a promessa de Deus. Um país que, na visão dos espiões, é magnífico, onde correm leite e mel, onde há abundantes colheitas: é verdadeiramente maravilhoso. Para um povo que acabou há pouco de atravessar o deserto trata-se de algo verdadeiramente extraordinário. E Deus diz: “é vosso, eu vo-lo dou”. É mais do que uma promessa. A terra se transformou em dom. Infelizmente, os israelitas, naquele momento, escutaram outra voz. Ao lado da voz de Deus que apresenta o seu dom, que os convida a entrar na terra, há a voz da incredulidade: “é muito bonito para ser verdadeiro. Não é Deus quem no-la dá. Nós não conseguiremos dominá-la”. E é a voz dos espiões que, depois de haver descrito as maravilhas do país, acrescentaram: “mas os habitantes são terríveis. Nós, diante deles, somos gafanhotos. Eles construíram fortificações impressionantes e é temerário pensar que vamos tomá-las”. E essa voz passa de boca em boca, a fantasia trabalha. No fim, todos dizem que as fortificações que protegem essa terra chegam até o céu. E, então, ao invés de escutar a voz de Deus, de acolher o seu dom, o povo se rebela: “Deus nos fez atravessar o deserto para nos fazer chegar a um lugar inacessível. Era muito melhor ficar no Egito. Lá, a vida não era boa, mas era vida, aqui nada há que não a morte”. Assim tentaram a Deus, irritaram-No com a sua incredulidade, afastaram-se d’Ele, deixaram de acreditar na sua promessa.
É essa a situação que chama a nossa atenção na carta aos Hebreus e o autor nos exorta: “Tomai precaução, meus irmãos, para que ninguém de vós venha a perder interiormente a fé, a ponto de abandonar o Deus vivo. Antes, animai-vos mutuamente cada dia durante todo o tempo compreendido na palavra “hoje”, para não acontecer que alguém se torne empedernido com a sedução do pecado”, isto é, por essa outra voz que sempre insinua em nós que não é possível acreditar na promessa de Deus, que é uma promessa irreal, muito difícil de realizar, que Deus não está verdadeiramente disposto a nos dar aquilo que está escrito no Evangelho. “Nós, de fato, tornamo-nos participantes de Cristo”. Não é com Moisés que realizamos o nosso Êxodo: é com Cristo que atravessamos o deserto e temos a visão da terra prometida. Mas, para não ser objeto da ira de Deus, é preciso permanecer firmes na fé, porque se nós não acreditamos na Palavra de Deus, a sua promessa se transforma em uma ameaça, em um juramento terrível: “não entrarão no meu repouso”. A ameaça divina é um gesto de amor, é feita para nos libertar de tudo o que em nós é medo e malvadeza.
É claro que estamos refletindo sobre uma situação que é sempre atual. Nós podemos acolher verdadeiramente a vontade de Deus somente se tivermos fé na sua promessa, que dá sentido a todos os mandamentos. Deus quer nos fazer viver na caridade, quer nos fazer entrar no seu amor e nos fazer permanecer nele. Promete-nos que isso não é somente possível, mas que já se realizou em Cristo Jesus. E nós continuamos a dizer que é difícil, que são muitas as dificuldades. Ora, as dificuldades são reais, mas não devem nos tornar incrédulos diante da promessa de Deus. Nós estamos com o Senhor e sabemos que Ele transforma todos os obstáculos em ocasiões de crescimento, porque assim o prometeu, porque nos ama: “nós acreditamos, diz São João, no amor que Deus tem por nós!”.
Enchamo-nos, pois, de alegria, e, nas dificuldades, façamos como o leproso do evangelho: aproximemo-nos e digamos ao Senhor: “Se quiseres, tu podes. Eu sou impotente, mas tu, se quiseres, podes!”. Repitamos isso, sabendo que é perfeitamente verdadeiro e que esta é a oração que Ele espera de nós, para renovar a sua promessa e nos assegurar que somos dignos do seu dom.
Fonte: La Chiesa
Evento foi realizado de 15 a 20 de abril passando por Reggio Emília - Bassa Reggiana e Milão