Evangelho do dia: Jesus ainda é a alternativa para a nossa sociedade

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Quem assistiu àmissa de Galo, presidida pelo Papa Bento XVI, no fim do ano passado, teve a sensação de que toda a segurançaépouca para uma autoridade. Uma mulher, chamada Susanna Maiolo, correu ao encontro do Papa e o puxou tão forte que ele caiu.

Jesus nunca andou com seguranças. Sua segurança estava toda baseada na sua própria autoridade. Porém, quando se via em uma situação desconfortável, Ele sempre encontrava uma solução respeitosa, de tal forma que a multidão, ao mesmo tempo em que mantinha distância, também ficava satisfeita com a sua pregação.

No evangelho de hoje, Marcos (3,7-12) fala de um desses momentos em que Jesus se viu rodeado pela multidão. Ele e seus discípulos estavam àbeira do mar da Galileia. As pessoas, vindas de todas as partes, principalmente da Indumeia, de Tiro e Sidônia, foram ter com Ele por causa da sua fama de milagreiro.

Como nem todas as pessoas conseguiam tocá-lo, algumas ficavam meio que desesperadas, e, para obterem o que queriam, jogavam-se sobre Ele. Foi, por isso que Ele pediu aos discípulos que arrumassem uma barca, para, de lá, fazer a sua pregação. Também os espíritos maus caíam diante dele, enquanto revelavam a sua identidade de Filho de Deus. Contudo, Jesus os proibia de falarem sobre isso.

Nós vivemos em uma época em que muitas instituições perderam a sua essência. O Estado, com todo o seu aparato político, rui sobre os escombros da corrupção; a família vive a sua agonia com o divórcio que sempre ronda às suas portas; a escola, voltada apenas para o conhecimento, não proporciona o oferecimento de valores para as crianças e os jovens. Também a Igreja se vê atacada de todos os lados. Quando não falam mal da doutrina, baseada sempre na Palavra de Deus, criticam-na pelo seu apego aos valores e às tradições.

Também na época de Jesus a religião era valorizada porque era conveniente para uma boa parte das pessoas que se diziam devotas e cumpridoras dos mandamentos dados por Deus. O povo, em geral, vivia àmargem das graças de Deus. Assim, duas religiões passaram a coexistir uma ao lado da outra: aquela ligada ao Templo e a popular, que buscava meios alternativos para resolver os problemas que a religião oficial não resolvia.

Jesus foi a alternativa que o povo simples, israelita ou não, procurava para resolver seus problemas como as doenças e as possessões ditas diabólicas. Segundo o evangelho de hoje, Ele era procurado por gente vinda da Síria e do Líbano e sua popularidade crescia porque sua palavra era poderosa e produzia o efeito que o povo queria: a libertação dos seus males.

Mas, hoje, o evangelho também fala de um simbolismo. A barca sobre a qual Jesus subiu para pregar simboliza a Igreja, herdeira fiel da Boa Nova anunciada por Ele e confiada aos seus apóstolos. Da Igreja, fiel a Jesus, brotam os sacramentos que tornam os seres humanos filhos de Deus, que curam e fazem de todos servidores e dispensadores da graça de Deus ao mundo.

O evangelho de hoje, portanto, convida a todos os homens e mulheres de boa vontade, cristãos ou não, a irem ao encontro de Jesus. Para nos encontrar com Jesus, hámuitos caminhos, mas, segundo o evangelho, basta um: a fé. Pela fé, nós somos curados e Deus nos revela quem Jesus é: seu Filho amado, de modo às vezes até estranho – inclusive pela boca dos espíritos maus que dominavam as pessoas.

Da mesma forma que o povo encontrou em Jesus a alternativa para a solução dos seus problemas, hoje, também, a Igreja deve mostrar esse caminho para todos os que procuram um sentido para as suas vidas. E o caminho que ela deve apontar éapenas um: Jesus, que estáno leme da barca que Ele mesmo fundou.

Os cristãos devem estar conscientes hoje de que Jesus ainda éuma alternativa para a nossa sociedade e para a vida de cada ser humano. Para termos a certeza disso, basta que abramos os nossos corações e façamos a experiência. Assim como o povo foi às margens do mar da Galileia, também somos convidados a ir ao encontro de Jesus onde quer que Ele esteja: àbeira da estrada, nas ruas, nas igrejas, nos hospitais e nas penitenciárias. Mas, antes de ir a esses lugares, procure por Ele dentro de você mesmo. Ele jáestáai! Nãoépreciso puxá-lo ou usar de outros meios para que ele caia sobre você. Basta estender-lhe a mão para que Ele toque em você!