Evangelho do dia: Jesus está na origem de nossa fé

15/01/2010 - 0:00 - UCDB

Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral

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Quando da morte do astro Michael Jackson, no ano passado, os olhares do mundo se fixaram, sobretudo, em seu rancho, também chamado de Never Land, na Califórnia. Antes de dar a notícia de que o cantor havia morrido, houve muita especulação na mídia sobre o que havia realmente acontecido. No início da noite, do dia 25 de junho, morria o astro, como diziam os canais de televisão, e nascia o mito.

O que as pessoas admiravam em Michael Jackson era a sua origem e como ele deu a volta por cima a ponto de se tornar um ponto de referência no estilo de música que cantava. Dentre as notícias positivas que foram ao ar sobre ele estava uma importante: Michael Jackson era um dos artistas que mais praticavam a caridade nos Estados Unidos.

É interessante notar como em pleno século XXI ainda se fala muito em mito. Certamente, o mito do qual falamos é mais em sentido figurado do que em seu sentido original. De qualquer forma, ao falar do mito, remontamos sempre uma história em suas origens. Nela se mesclam o real com o fantástico, mas para descrever algo que realmente existe ou existiu. Já o astro é algo que brilha por si mesmo, sem necessidade de outros. É como um sol ao redor do qual gravitam os planetas e os seus possíveis satélites.

Em sentido figurado, o astro é alguém que se sobressai em alguma atividade e o mito é a lembrança que fazemos dele. Em outras palavras, devido ao que faz, ele será eternamente lembrado.

Jesus nunca quis ser nem um astro nem um mito. No entanto, as suas palavras, o seu jeito de ser e a sua capacidade de mostrar Deus para o mundo o levaram a ser muito mais do que isso. Independentemente de qualquer especulação que possa haver sobre Jesus, é preciso saber que sua única intenção neste mundo era cumprir com a vontade de seu Pai. Quando chegava a algum lugar, logo as pessoas iam ao seu encontro, não por motivos banais, mas porque queriam ouvi-lo ou que Ele curasse seus doentes ou se lhes expulsasse algum espírito impuro.

No evangelho de hoje, de Marcos 2,1-12, o evangelista diz que, ao retornar a Cafarnaum, logo uma multidão se formou em volta da casa na qual Jesus se encontrava. Reuniram-se ao redor de Jesus diversos tipos de pessoas, inclusive os doutores da Lei. Algumas pessoas trouxeram um paralítico para que Jesus o curasse. Como não podiam chegar até Ele, subiram na casa, abriram o teto e de lá fizeram descer o doente até Jesus. Quando viu a fé daqueles que trouxeram o doente, disse a ele: “os teus pecados estão perdoados”.

Para os mestres da Lei, isso soava como uma blasfêmia, porque, segundo eles, o único que pode perdoar é Deus. Jesus percebeu o que se passava em seus corações e perguntou-lhes: “Por que pensais assim em vossos corações? O que é mais fácil: dizer ao paralítico: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te, pega a tua cama e anda’? Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar pecados, — disse ele ao paralítico: eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama, e vai para tua casa!” O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E ficaram todos admirados e louvavam a Deus, dizendo: “Nunca vimos uma coisa assim”.

Jesus não é um astro do cinema ou da música nem um mito que entrou para a história por conta de feitos maravilhosos. Além de estar na origem da nossa fé, Ele é o Filho de Deus encarnado, ao redor do qual uma multidão de fiéis ainda hoje se reúne para ouvir sua palavra, para receber o perdão dos pecados e para ser curada de suas enfermidades.

Se nós nos reunimos ao redor de um cantor é porque gostamos de sua música. Mas quando nos reunimos ao redor de Jesus é porque temos a certeza de que Ele pode nos oferecer aquilo que o mundo não é capaz de nos dar. Portanto, Jesus ainda continua mostrando que nele está a presença de Deus e aqueles que creem nele não precisam temer as críticas que lhes são dirigidas. Ao contrário, devem se manter firmes na fé, de tal forma que Ele lhes dê aquilo de que precisam: a paz, o perdão, a graça e o amor.

Um astro pode provocar em nós apenas sentimentos; um mito provoca em nós algumas emoções porque parece falar da nossa história; Jesus, ao contrário, além de estar unido à nossa história, provoca em nós uma revolução interior – que não se reduz a um sentimentalismo – e uma reposta de fé – como resposta ao amor de Deus para conosco – a ponto de nos fazer chegar ao conhecimento perfeito daquilo que nós somos e daquilo que Ele é: o Filho de Deus encarnado que nos veio dar a esperança que o mundo não pode nos oferecer.

Nós, cristãos, somos felizes porque podemos contemplar tudo isso com os olhos da fé, e isso é que coisa reis quiseram ver e profetas quiseram ouvir, mas a nós isso foi concedido como dom gratuito de Deus.