Evangelho do dia: Jesus foge a todos os esquemas humanos

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No evangelho de hoje, de Mateus 21,23-27, vemos Jesus ensinando com autoridade, uma autoridade que lhe é reconhecida mesmo pelos seus inimigos, uma autoridade que causará assombro nos seus conterrâneos, que, aliás, percebem a diferença entre o modo novo e significativo de falar de Jesus e aquele costumeiro e cansativo dos homens religiosos do tempo de Jesus.
O escândalo dos anciãos e dos doutores da lei nasce do fato que, de fato, Jesus não possui nenhum tipo de autoridade: não é escriba, não se preparou por anos para ler e interpretar os rolos da Torá. Não foi sequer um discípulo de uma Jeshiva, ou seja, uma escola para interpretação das Escrituras, como Saulo de Tarso foi discípulo do grande rabino Gamaliel. Jesus é o filho de José, carpinteiro de Nazaré, e toda a sua autoridade tem origem na sua extraordinária capacidade de viver e de amar e do seu conhecimento perfeito de Deus, continuamente alimentado na oração e na reflexão. Jesus é pouco controlável, sem classificação, pois foge a qualquer definição, é temido pelas autoridades religiosas do seu tempo porque, e, diferentemente de todos os grandes homens de todos os tempos, obedece somente ao Pai.
O nosso mundo se esquece da autoridade que tem origem na experiência, em uma época toda feita de especializações, que leva um jovem a estudar dezenas de anos para estar pronto para enfrentar o mundo do trabalho. Precisamos de pessoas significativas que nos orientem elas estradas da vida, que nos ensinem a difícil arte de viver. Jesus, mestre autodidata, é uma autoridade para nós porque não faz da sua cultura uma arma para afirmar uma diversidade ou para afirmar um poder, mas, de fato, usa-a para levar o povo simples a estar na presença de Deus. Na distância de dois mil anos, na época dos tutólogos, isto é dos que sabem tudo, a sua palavra continua imutável, compreensível, porque fala aos corações, porque enche de vida, porque dá a todos a luz de Deus.
Fonte: La Chiesa