Evangelho do dia: Jesus nos ensina a agir com inteligência

05/11/2010 - 0:00 - UCDB

Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral

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Escutar de Jesus a parábola do administrador infiel, conforme nos relata o evangelho de hoje, de Lucas 16,1-8, no mínimo deixa o ouvinte com uma pulga atrás da orelha. Que se tenha inspirado em um fato que realmente aconteceu na sua época ou que seja fruto da sua fantasia, como pode Jesus louvar tal administrador? Esta é uma pergunta que podemos fazer, ainda mais que nos dias atuais se houve tanto falar de desvio de dinheiro público, quebra de sigilo na receita, prisões de governadores, prefeitos e vereadores de norte a sul do Brasil.
Mas, quando olhamos com mais atenção, percebemos que o elogio de Jesus não é dirigido propriamente para o administrador e sua administração fraudulenta. Ele não aprova isso nem aponta o administrador como exemplo a ser imitado pelos discípulos. Aliás, Jesus não está sequer interessado em como alguém administra os seus bens.
O centro da parábola, portanto, deve ser procurado em outro lugar. O administrador é um homem esperto. É do tipo que fica até tarde da noite calculando cada um dos seus passos. De fato, Jesus apresenta aos seus ouvintes sua preocupação em relação ao futuro: “O administrador então começou a refletir: ‘O senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha”. E enquanto rolava na cama, surgiu a resposta que iria salvar o seu futuro: dar descontos do seus ganhos para os devedores do seu patrão.
Jesus quer que os discípulos ajam com inteligência, sejam suficientemente espertos no que diz respeito às coisas do Reino. É isso que os discípulos precisam aprender do administrador e não os seus atos de corrupção, fraude, desvio de dinheiro ou qualquer outra coisa do gênero.
Na verdade, também os corruptos devem prestar contas dos seus atos. Mas Jesus nos convida a fazer tudo, absolutamente tudo, com inteligência, e a usarmos dela para falar e para fazer nossas escolhas. A inteligência que Ele pede não é aquela de um melhor conhecimento das coisas, do know-how, mas aquela que consiste, antes, no tomar as próprias decisões à luz de uma meta a ser alcançada. É o leme do conhecimento, da nave da nossa vida que se dirige para a eternidade. A inteligência nos ensina a não nos fixar no imediato, mas a olhar, ao contrário, para a meta definitiva, como os romanos diziam na antiguidade.
Isso também diz respeito à nossa relação com as coisas que temos. É como se diz no final do evangelho de hoje: “procurai fazer amigos com a riqueza iníqua. No entanto, aquele que baseia sua vida na riqueza está no caminho errado.
Mas a inteligência, que tudo dispõe em função do próprio fim, não é suficiente para nós. Se não quisermos ficar sem defesa, se quisermos ter Deus não como juiz, mas como amigo, é preciso seguir a partir de agora os seus mandamentos e os seus chamados à conversão. Estejamos também atentos aos sinais que Deus nos dá: é isso que Jesus se propôs a nos mostrar por meio desta parábola.

Fonte: La Chiesa