Evangelho do dia: Jesus nos ensina a fazer o Big Brother cristão

20/01/2010 - 0:00 - UCDB

Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral

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Há poucos dias, entrou de novo no ar o reality show Big Brother Brasil, transmitido pela Rede Globo de Televisão. O show se desenrola em uma casa, que fica o dia inteiro vigiada por câmeras que vão registrando os movimentos de cada um e de todos os integrantes do programa.

O programa é inspirado em um livro da década de 1950, escrito por George Orwell. O nome do livro é 1984. Segundo o autor, no ano de 1984 a sociedade estaria tão vigiada que poucas situações não seriam controladas pelo governo. O Grande Irmão controlaria todas as ações das pessoas.

Mas o ser humano é parte da natureza. Assim como a natureza encontra sempre uma válvula de escape, o ser humano age da mesma forma. Quando menos se espera, ele consegue sair da vigilância cerrada, para se encontrar de novo com a liberdade.

Jesus também viveu os seus momentos de Big Brother durante o período de sua vida pública. Mesmo não havendo câmeras para vigiá-lo, havia sempre alguns pares de olhos que estavam encima dele para ver se Ele cometeria algo contra a tradução de Israel.

No evangelho de hoje, Marcos (3,1-6) retoma as divergências de Jesus com os fariseus sobre a questão do dia de sábado. Segundo o evangelista, Jesus foi até a sinagoga e lá encontrou um homem que era deficiente de uma das mãos. Como costumava acontecer, ele ficava de lado, porque se sentia rejeitado pela maioria dos que frequentavam a sinagoga.

Era como se o teatro estivesse preparado. Ao entrar na sinagoga, “Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo”. Marcos chama a atenção para dois tipos de olhares: aquele dos olhos e aquele do coração. A crítica dos fariseus era fruto daquilo que tinham no coração.

Jesus, no entanto, não se perturbou diante da insensibilidade dos fariseus. Já que eles queriam apanhá-lo em falso, cedeu à sua curiosidade. Mandou que o deficiente se colocasse à frente de todos. Depois, perguntou: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?”. Ninguém lhe respondeu, porque eram duros de coração. Então, disse ao homem para que estendesse a mão e o curou. Marcos diz que ao saírem dali, os fariseus se colocaram em acordo com os partidários de Herodes sobre a maneira como haviam de matar Jesus.

Jesus não gostava de fazer teatro, mas foi era capaz de encontrar uma saída diante da hipocrisia daqueles que o olhavam. Não era para menos, Ele realizava uma missão que lhe havia sido confiada pelo Pai. Ele também jamais pensou em romper com os mandamentos que Deus havia dado aos seus antepassados. Além de cumprir com eles, Jesus deu-lhes um complemento, que é a essência de Deus: o amor. Só o amor supera o medo; só o amor supera o ódio; só o amor não tolera a injustiça; só o amor leva à pratica da misericórdia.

Foi isso que Jesus demonstrou quando curou o homem que tinha a mão seca e que estava na sinagoga. Mas a sua pergunta é mais profunda: “nós devemos salvar a vida ou deixá-la morrer”? Hoje em dia, há muita falta de respeito para com os portadores de necessidades especiais. Mesmo bem formados, a eles são reservados os piores serviços; são pedra de tropeço para muitas famílias; também são motivo de dó para muita gente. Porém, tudo o que eles necessitam, como o Jesus nos ensina no evangelho de hoje, é que sejam aceitos como pessoas dentro de nossas comunidades.

Assim como Jesus, os cristãos também devem encontrar uma saída diante da crise de valores e de desrespeito à vida existentes hoje no mundo. Se fizermos um Big Brother cristão, logo nós descobriremos se estamos agindo ou não como Jesus. Talvez em muitas de nossas casas nós toleramos as imoralidades em vez de corrigir os nossos filhos; em nossas cidades, toleramos a violência, conquanto que ela não nos atinja; dizemo-nos cristãos, mas não lutamos pelos direitos dos mais fracos e marginalizados.

O critério de eliminação do Big Brother cristão, no entanto, será sempre o mesmo. Cada participante será julgado a partir dos valores deixados por Jesus no evangelho: pelo amor, pelo respeito, pela misericórdia, pela paciência, pela mansidão, pela justiça, pela paz e pela bondade. Será que no final do programa, isto é de nossas vidas, seremos todos eliminados ou seremos convidados a participar do Reino de Deus, que será o prêmio por termos passado a nossa vida fazendo o bem?

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