Evangelho do dia: Louvamos o Deus que se coloca perto de nós

13/07/2011 - 0:00 - UCDB

Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral

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O episódio da vocação de Moisés, contado no livro do Êxodo 3,1-6.9-12, tem uma importância fundamental em toda a história da salvação. Nela, Deus revela o seu ser de duas maneiras complementares.

De um lado, Deus se revela na sarça ardente, ou melhor, através da chama resplandecente no meio da sarça, e se manifesta como força viva. O fogo flamejante é, na verdade, a imagem mais impressionante de uma força vital.

Esse modo de se manifestar é uma maneira de mostrar a diferença entre aquilo que Deus é e a definição que os filósofos deram para Ele: “Primeiro Motor imóvel”. Essa foi a única definição que o pensamento humano, buscando incansavelmente conhecer Deus, conseguiu alcançar.

Na narração do Êxodo da liturgia de hoje, Deus se faz conhecer, ao contrário, através de uma chama viva, uma chama diferente de todas as outras, porque não consome, porque não precisa ser alimentada.

Deus se manifesta ainda como um Deus que se interessa pelos homens. Ele diz a Moisés: “Eu sou o Deus do teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó”.

Os pagãos representavam Deus como Senhor das forças naturais: o Deus da fecundidade, o Deus da vegetação, o Deus que se revela no trovão.

Deus, ao contrário, revela-se como aquele que cria relações interpessoais, que manteve relações pessoais com determinadas pessoas, às quais se manifestou e com as quais fez aliança. O nosso Deus é, portanto, um Deus que se interessa pelas pessoas, que se faz próximo, que busca os homens.

Isso não quer dizer que Ele não possa se manifestar através das forças naturais, mas isso também não tira nada da sua identidade profunda que é a de estar presente, a de se colocar perto, a de interessar-se pelas suas criaturas.

A palavra de Jesus no evangelho de hoje, tirado de Mateus 11,25-27, correspondem plenamente a essa atenção divina: “’Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos”.

Essas palavras de Jesus expressam o desejo de revelação de Deus diferente da nossa maneira habitual de entender as suas manifestações. Ele não fica impressionado pela grandeza, pela inteligência, pela sabedoria humana, mas volta sua atenção de maneira especial para os pequeninos.

Nós podemos observar ainda que Deus aqui se revela como relação entre o Pai e o Filho: “Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”.

Conhecer significa, na linguagem bíblica, um conhecimento íntimo de amor, um conhecimento profundo de alguém. Deus se colocou perto de nós, revelou-se pessoalmente a nós, a cada um de nós. É o Bom Pastor, um Deus de fogo, um Deus de amor que se revela e se comunica com amor a cada homem que o procura com coração sincero.

Quem busca Deus assim, tem o mesmo desejo de Jesus. Louvar, agradecer, bendizer. Parece algo reduzido, mas nem sempre é assim. Esse pequeno trecho é o testemunho de uma oração de Jesus, oração que nasce espontânea do seu coração, a sua vida.

Jesus reza e ora assim porque está contemplando o rosto do Pai que somente Ele conhece e sabe que Deus tem um plano para a humanidade. Parece estranho, porque nossas orações na maioria das vezes são só pedidos. Mas o que Jesus está nos ensinando com esta oração é justamente que saibamos unir os acontecimentos da história com o rosto de Deus.

Aprender a bendizer e a agradecer é importante para a nossa fé. Significa dar-se conta de tudo o que Deus nos concede, daquilo que somos aos seus olhos. Mas o evangelho nos convida também a perceber a presença de Deus nos pequenos, nos sinais da vida e da acolhida que estão escondidos, mas que mostram para o mundo a grandeza de Deus.