09/11/2010 - 0:00 - UCDB
Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral
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Nós lemos no evangelho de hoje, de João 2,13-22: “Destruirei este tempo e em três dias o reconstruirei”. Jesus fala assim quando expulsa os comerciantes do templo.
O templo para o povo de Israel era o lugar da presença de Deus, onde Ele podia ser encontrado, onde se realizava o culto público de maneira solene. O israelita piedoso devia fazer uma peregrinação até ele uma vez por ano. Uma prática à qual permaneceram também fiéis Jesus e seus pais. Portanto, uma ligação afetiva conecta o judeu a esse lugar, conexão esta que não era estranha nem para Jesus.
Mas com a presença de Jesus algo novo está acontecendo: tanto a presença de Deus no meio do seu povo quanto o culto são levados à plenitude e, por isso, assumem novas perspectivas. É esse o sentido profundo do episódio que o evangelho de hoje nos oferece para celebrar a festa da Dedicação da Basílica do Latrão, Catedral da Igreja de Roma, construída por Constantino e consagrada em 324 pelo Papa Silvestre I (314-335), que é tida como a mãe de todas as Igrejas da cidade de Roma e do Mundo.
Na primeira parte do evangelho, vemos que Jesus não contesta o templo, mas os abusos que se associam às celebrações: há quem se aproveite disso para ganhar dinheiro, vendendo animais para as ofertas.
Analisando o evangelho, talvez também eu seja um desses comerciantes do templo. Diante de Deus eu me apresento com merecimentos dos quais me vanglorio, com dons de grandeza, com os cálculos das minhas riquezas. Mas Deus não é algo que se merece, que se calcula: nós devemos acolhê-lo.
Sim, Jesus amou o templo de Jerusalém, admirou-o, ficou indignado com os comerciantes, chorou pensando na sua destruição nos anos seguintes, mas também contestou-o radicalmente: “Nem em Samaria, nem em Jerusalém adorareis o Pai, mas em espírito e verdade”. “Destruí este Templo, e em três dias o levantarei”. Mas Jesus “estava falando do tempo do seu corpo”.
Jesus quis fazer-nos ver o lugar no qual a presença de Deus é mais forte: não nas pedras, mas nos limites vivos de um corpo de carne. A plena revelação de Deus é a humanidade de Jesus, não a sua pregação, nem a sua casa.
A nossa fé passa, então, pela humanidade de Jesus: ali nós vemos o rosto acolhedor, amoroso e perdoador do Pai.