Evangelho do dia: Não resistir à verdade

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A condição essencial para que aconteça um milagre em nossas vidas é a fé. Segundo a Carta aos Hebreus, “a fé é a certeza antecipada daquilo que se espera. É a demonstração de realidades que não se vêem”. E Jesus, quando amaldiçoou a figueira estéril, disse para os discípulos que, se eles tivessem fé e não duvidassem, não só fariam o que Ele fez com a figueira, mas também, se dissessem a uma montanha: ‘Arranca-te daí e joga-te no mar’, isso aconteceria (Mt 21,21). Para exemplificar o poder da fé, Jesus ainda a comparou com um grão de mostarda que, mesmo pequenina, é capaz de produzir uma hortaliça com o poder de suportar os pássaros em seus galhos (Mt 17,20).
O evangelho de hoje, de Mateus 13,54-58, relata uma visita de Jesus a Nazaré. Quando seus conterrâneos ouviram a sua pregação que na sinagoga ficaram em princípio admirados. Perguntavam-se uns aos outros de onde vinha tanta sabedoria, uma vez que conheciam seus parentes, Maria, Tiago, José, Simão e Judas. A admiração logo virou escândalo, a ponto de Jesus dizer que os profetas não são estimados justamente em sua própria família e em sua própria pátria. Mateus conclui dizendo que Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.
Passando para a nossa realidade, também nós podemos dizer que o mundo de hoje passa por uma crise de fé religiosa, mas tem uma grande fé no poder do dinheiro, da ciência e da tecnologia. No entanto, quando um jovem surta por causa do fora que recebeu da namorada ou por causa uma série de pressões de origens diversas, muitos se perguntam se não existe um vazio interior que a ciência, o dinheiro e a técnica não conseguem preencher. Então, o diagnóstico da doença muda e o problema somático ou psicológico passa a ser de ordem espiritual.
Mas a questão é esta: a ciência pode nos ajudar a acreditar em Deus, desde que deixemos de lado os nossos preconceitos e deixemos que Ele aja em nossas vidas. A fé, então, se torna um caminho que nos ajuda a nos reconectar com o divino. Quando percebemos isso, nós ficamos como a mulher do evangelho, que acreditou que bastava tocar no manto de Jesus para ficar curada de sua hemorragia que iria fazer aniversário de 12 anos (Mt 9,20-22).
Essa fé faltou aos conterrâneos e parentes de Jesus. Será que falta também para nós? Hoje, o evangelho nos convida a não resistir à grande verdade de que por detrás da humanidade de Jesus está a divindade que é capaz de curar e de salvar. Jesus somente está esperando que você toque na franja do seu manto, para dizer-lhe: “Coragem, a tua fé te salvou!”