Evangelho do dia: Nós ainda podemos hoje fazer a multiplicação dos pães

05/01/2010 - 0:00 - UCDB

Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral

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Os judeus tiveram uma experiência de um Deus que lhes mostrava, sobretudo, o seu poder. Javé falou para Abraão sair de Ur e se dirigir para a terra que lhe seria dada como herança; diante das dificuldades enfrentadas no Egito, Ele se compadeceu do seu povo e o libertou pelas mãos de Moisés; nos diversos exílios pelos quais teve que passar, Israel sempre esperou o momento da ação de Deus em vista de sua libertação.

Nós ainda estamos vivendo no período do Natal. Nesta terça-feira após a Epifania, ou seja, da manifestação de Jesus ao mundo, nós continuamos a contemplar Jesus como um Menino que nasce em Belém, mas também somos convidados a olhar mais adiante, para a atividade evangelizadora de Jesus.

Marcos 6,44-54 fala da ação o Filho de Deus entre o seu povo. Diante de uma multidão que o acompanha, Jesus olha para cada rosto daqueles que o seguem e percebe que eles precisam de alguém que os lidere, mas, sobretudo, que sacie a sua fome.

Os discípulos percebem que o povo gosta de ouvir Jesus, mas seus estômagos também estão roncando de fome. Pedem a Jesus para mandar a multidão ir embora. Jesus não aceita a sugestão deles e diz para que eles mesmos deem comida para a multidão. As palavras de Jesus deixam os discípulos ficam preocupados, porque não tinham dinheiro suficiente para comprar comida para tanta gente. Jesus pergunta aos discípulos quantos pães eles têm de reserva. Logo lhe respondem que dispõem apenas de cinco pães e dois peixes.

Diante da resposta dos discípulos, Jesus mandou que o povo se sentasse na relva em grupos de cinquenta e de cem pessoas. Depois pegou os pães e os peixes, deu graças e os entregou aos discípulos para que os distribuíssem para a multidão. Fez o mesmo com os peixes.

Para surpresa dos discípulos, todos comeram até ficarem satisfeitos, e ainda sobraram doze cestos cheios de pedaços de pães e de peixes. Segundo Marcos, naquele dia, cinco mil pessoas comeram dos pães que Jesus distribuiu.

Quando ouvimos esses relatos de feitos miraculosos realizados por Jesus, nós nos perguntamos por que isso não acontece nos dias de hoje, quando há tanta gente passando fome, tanta gente no mundo que padece pela falta de água e muitos morrendo devido às calamidades trazidas pela natureza e também pela ação do próprio ser humano.

Jesus nos dá uma resposta simples, como disse para os discípulos: “dai-lhes vós mesmos de comer!”. A ordem que Ele dá não é fácil de ser compreendida senão aos olhos da fé. Mas os cristãos devem entender, assim como os discípulos puderam ver em Jesus, que nele está o poder de Deus. No entanto, Deus não quer realizar nada sem a ajuda do ser humano.

A proposta de Jesus não pode ser realizada com o dinheiro, com o poder ou com qualquer outro tipo de modelo que possa existir neste mundo. Ela é uma alternativa àquilo que o mundo pode oferecer. A força dessa proposta nasce de uma profunda união com Deus – Jesus olha para o céu e dá graças a Deus por ter aqueles pães – e da união entre os seres humanos – Ele passa os pães e os peixes aos discípulos que os distribui à multidão.

Enquanto o mundo fala em divisão, Jesus fala em união; enquanto o mundo cria armas que levam à morte, Jesus mostra que o caminho para superar a violência está no respeito e no amor à vida e às pessoas; enquanto muitos passam fome material, Jesus quer oferecer a todos um alimento espiritual, que é antecipação do alimento que teremos na eternidade. Por isso, a multiplicação dos pães é um prelúdio da Eucaristia que a Igreja continua celebrando todos os dias em todas as partes do mundo.

Mas a Eucaristia não pode ser celebrada se não houver a participação de todos os batizados. Cada um deve trazer para a celebração a própria história e tudo o que puder oferecer. No altar, Jesus se oferece todo para toda a humanidade, sem distinção. Os discípulos tinham como reserva apenas cinco pães e dois peixes e não esconderam isso nem da multidão nem de Jesus. E nós, o que temos a oferecer a Jesus para que Ele possa multiplicar em nossas vidas?

Hoje, somos todos convidados a superar o egoísmo e, assim como o fizeram os Reis Magos, a oferecer o que tinham de melhor para Jesus e para a humanidade. Eles deram ouro, incenso e mirra ao Menino Jesus. Nós podemos oferecer a Deus e ao mundo um coração aberto e solidário para todos, a fim de que a ninguém falte o pão de cada dia. Com Deus nós ainda podemos fazer hoje a multiplicação dos pães da esperança e dos peixes da graça de Deus.

Deus continua tão poderoso quanto na época de Moisés e de Jesus, mas nós cristãos devemos mostrar que a força dele está dentro de cada um de nós.

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