Evangelho do dia: Nós só precisamos de Jesus para nos ajudar a descobrir os seus segredos

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Tempos atrás, ficou famoso no mundo o ator americano Leonardo Montano, nome artístico de Val Valentino, que desmistificava os mais variados truques dos ilusionistas. Quem não se lembra do Mister M? Para não ser desprezado pelos mágicos, ele sempre fez questão de usar uma máscara.

Quando o programa “Fantástico”, da Rede Globo, passou a exibir os quadros, em 1999, muita gente esperava por aquele momento de revelação que o mágico iria fazer. Ainda hoje o mascarado provoca a imaginação das pessoas. A rede Record apresenta um quadro chamado “O mágico dos mágicos”, que segue a mesma linha. Ana Hickmann ainda se deixa auxiliar por um grupo de pessoas que ganham um prêmio por cada descoberta do mistério dos ilusionistas.

Quando começou a sua pregação, Jesus enfrentou a desconfiança dos grandes de Israel, em especial dos fariseus e dos mestres da Lei. Sua atividade curandeira nem sempre foi vista com bons olhos por eles, a ponto de dizerem que Jesus realizava milagres porque tinha afinidade com o demônio.

No evangelho de hoje, de Lucas 11,29-32, nós encontramos Jesus irritado com os seus adversários. Eles pedem a Jesus um sinal de que as suas obras são ou não de Deus. Jesus diz que eles fazem partem de uma geração má e perversa. A eles não será dado nenhum sinal. Basta que olhem o passado e vejam em primeiro lugar Salomão, que recebeu de Deus a sabedoria, a ponto de vir gente de longe, como a rainha do Sul, para escutá-lo; basta que vejam também o exemplo de Jonas, que ajudou os ninivitas a se converter.

Jesus diz aos seus adversários que é maior do que Salomão e Jonas, e que no dia do julgamento, os fariseus e os mestres da Lei serão julgados pela rainha do Sul e também pelos ninivitas. A rainha do Sul porque veio para ouvir a sabedoria de Salomão e os ninivitas porque ouviram a pregação de Jonas e se converteram.

O evangelho não está falando de jogo de gato e rato. Jesus não é o Mister M, porque não é mascarado. Os fariseus são, sim, como mágicos, que iludem as pessoas com palavras enganosas de tal forma que elas caiam na sua teia. Jesus é o Filho de Deus que desmascara as pretensões dos fariseus e dos mestres da Lei.

Os fariseus e os mestres da Lei puderam ver tudo o que Jesus fazia, porém jamais teriam razões para se converter, porque estavam cheios de certezas que vinham desde os tempos antigos. As novidades trazidas por Jesus fizeram ruir seus dogmas e suas tradições. Quando se viram sem saída, quiseram enfrentar Jesus, pedindo-lhe um sinal.

Jesus se recusou a lhes dar um sinal, não porque não podia, mas porque seus milagres não eram coisas mágicas, mas reais. Ele não fazia um teatro para que todos pudessem assistir a uma cura ou a uma expulsão de um espírito impuro. Sua palavra era poderosa. Bastava que Ele falasse para a coisa acontecer.

Os fariseus não precisavam ser curados por fora. Precisavam ser curados por dentro por causa de sua incredulidade. Enquanto não professassem a fé e vissem nos sinais da história que Jesus era o Filho de Deus, nada lhes seria oferecido para crer.

E nós, cristãos do século XXI, como reagimos diante da presença de Jesus? Será que pedimos sinais? Será que exigimos de Jesus algum espetáculo para acreditar? Nós não precisamos de ninguém para nos ajudar a descobrir os segredos de Jesus. Ele jamais nos ilude naquilo que é e faz. Portanto, não tentemos a Deus pensando que suas ações precisam ser explicadas. Deixemos que Ele habite em nossos corações, dando-nos a oportunidade da conversão neste período da Quaresma! Assim, nós veremos que Jesus não faz truques, mas milagres.