Evangelho do dia: Nossa causa não está perdida

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Depois de haver reprovado os homens religiosos e guardiões da Lei do seu tempo, Jesus, no evangelho de hoje, de Lucas 11,47-54, adverte aos estudiosos da Lei e fustiga a sua hipocrisia. Para exemplificar, comentemos somente a última reprovação: “Ai de vós, mestres da Lei, porque tomastes a chave da ciência. Vós mesmos não entrastes, e ainda impedistes os que queriam entrar”.
Os doutores da Lei são acusados de proclamarem-se detentores do conhecimento de Deus, e acabaram confundindo esse conhecimento com as próprias opiniões e os próprios interesses.
O confronto de Jesus com as autoridades de Israel é anterior ao próprio Jesus. Sua origem está na Antiga Aliança, mas se prolonga hoje no tempo da Igreja. A Antiga Aliança apresenta o destino de todo profeta: ser vítima da violência do próprio povo.
A história de Israel pode ser relida nestes termos: de uma parte, Deus envia os seus profetas para ensinar aos homens o caminho da salvação. Da outra parte, o povo condena à morte os seus profetas. A partir deste ponto de vista, a história e o destino de Jesus, testemunha perseguido, constituem o ponto mais alto dessa perseguição da verdade desde o início dos tempos.
Este trecho do evangelho nos permite perceber que os discípulos de Jesus também passarão por dificuldades ao longo dos séculos. Assim como em seu tempo, Jesus continua enviado os seus apóstolos – os que anunciam o evangelho e todos os cristãos de hoje – para propagar a sua Palavra e o mundo continua a persegui-los e a rejeitá-los.
Neste trecho do evangelho, Jesus se dirige certamente ao povo de Israel que rejeita a sua mensagem, mas de modo particular Jesus se dirige a toda a humanidade que se fecha em uma verdade parcial que defende a violência. Mas a nossa causa não está perdida. Deus está conosco. Além de aliviar os pesos que fazem cair, Ele nos ajuda a levantar para lutar pela conversão da humanidade.