Evangelho do dia: O aditivo da eternidade

21/07/2010 - 0:00 - UCDB

Fonte: Pró-reitoria de Pastoral

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Jogar a semente no asfalto da estrada ou da rua, todos sabem que não adianta: não existem aí as condições necessárias para o seu crescimento. As pessoas passam, pisam, destroem a semente. Não se joga a semente em qualquer lugar.
Hoje em dia, é costume preparar o solo com adubos e com outras substâncias. O agricultor faz de tudo para que a terra produza o máximo e para que a semente possa desenvolver toda a força que nela está escondida.
Uma semente boa em um solo pobre gera somente fome e miséria. Da mesma forma, uma semente ruim em terra boa dá o mesmo resultado. A gasolina aditivada em um motor fundido não serve para nada. A melhor farinha nas mãos de um padeiro incompetente não produz um pão saboroso.
Não basta apenas plantar. Não basta apenas ter vontade. Não basta dizer: “Senhor! Senhor!”. É preciso saber e ponderar onde e como se usa o esforço que se faz. Caso contrário, corre-se o risco de perder tudo. E, por outro lado, de nada serve um bom motor se a gasolina está adulterada.
A natureza nos ensina tudo isso e a vida o confirma. Jesus está de acordo e se serviu das parábolas para esclarecer a nossa relação com Deus.
No trabalho que se faz pelo Reino de Deus, o resultado é quase sempre nulo ou sem resultados. Às vezes, vai além de nossas expectativas. Há os que atribuem tudo a Deus e há os que atribuem tudo ao ser humano. Jesus, com a parábola do semeador nos ajuda a esclarecer o problema. Leiamos o que Mateus 13,1-9 conta. Jesus do alto de uma barca ensina a multidão. Como Mestre, Ele fala que Deus quer semear a eternidade em nós. Infelizmente, a dureza de coração impede que seu amor floresça, nós a sufocamos com o nosso egoísmo ou deixamos que ela se perca entre as pedras do nosso materialismo. Do cristão, espera-se que abra o coração e a mente para acolher a Palavra de Deus.
Como podemos ler hoje a parábola do semeador? Em primeiro lugar, olhemos a descrição que se faz do semeador “imprevidente”, que semeia abundantemente em qualquer lugar. Mas como isso pode acontecer? Talvez porque em princípio não sabe se o terreno dará ou não fruto, nem se na colheita poderá extrair alguma coisa. Deus, o semeador, sempre confia nas possibilidades do terreno e na genuinidade da semente. Não se interessa pelo rendimento. Para Ele, no fim poderá colher alguma coisa.
Em segundo lugar, não podemos fugir da interpretação de Mateus, mas a parábola diz respeito a cada um de nós. Na nossa vida, no nosso coração estão presentes todos os terrenos e as estações. Às vezes a escuta de uma palavra simples pode nos dar coragem para fazer escolhas. Às vezes nem os canhões são capazes de nos fazer mudar de vida. Porém, todos possuem um terreno bom e o Eterno está sempre semeando em nós, convencido de que algo nascerá. Ele ainda pode consertar o motor de nossa vida, de tal forma que o aditivo da eternidade possa nos levar sem perigo à glória de uma colheita abundante.