Evangelho do dia: O anúncio do evangelho, hoje, deve ser feito do jeito de Jesus

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O trecho de evangelho que ouviremos hoje em nossas comunidades católicas é tirado de Mateus 9,32-38. Mateus apresenta o encontro entre Jesus e um homem mudo, que estava possuído por um demônio.

Como era costume acontecer naquela época, o endemoninhado certamente era um ser humano, um homem, igualmente excluído não por aquilo que era, mas pela situação na qual se encontrava: endemoninhado – que na mentalidade e na concepção bíblica estava diretamente ligado ao ser acometido pelo mal, ao ser que levava consigo uma dificuldade – e mudo, isto é, incapaz de comunicar-se com os outros – e o falar é uma atividade especificamente humana. Essa situação o impedia de expressar inclusive a sua própria fé.

A salvação desse homem gerou admiração na multidão e, ao mesmo tempo, também críticas de alguns homens pertencentes aos grupos religiosos mais importantes naquela época. Para estes, Jesus expulsava os demônios pelo poder de Belzebu.

No entanto, Jesus, naquele momento, tinha como motor de sua ação apenas a compaixão, que não quer dizer piedade, comiseração, mas algo mais profundo. A compaixão de Jesus deve sempre ser entendida como participação consciente e vontade de partilhar e de estar próximo: sofrer com compaixão.

Hoje, os cristãos devem estar conscientes de que o anúncio do evangelho deve ser realizado do mesmo jeito de Jesus. Ele tinha um cuidado todo especial para com a pessoa, fazia-se próximo, curava.

A Igreja sempre entendeu isso e procurou realizar isso ao longo de sua história de muitos modos. Ela deu vida a estruturas e iniciativas, ordens religiosas e associações.

O evangelho muda a vida daqueles que o encontram, isto é, daqueles que realizam um encontro com Jesus, porque o Reino de Deus já está no meio de nós ainda que não em plenitude, mas já é um reino de paz, justiça e amor, capazes de acolher e curar e deixar que o mundo proclame Jesus como o Filho de Deus que veio ao mundo.