16/04/2010 - 0:00 - UCDB
Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral
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Há dois anos, um pouco antes de eclodir a crise imobiliária dos Estados Unidos que afetou todo o mundo, houve revoltas em vários países por causa do aumento do preço dos produtos alimentícios. Os protestos foram mais incisivos em países como o Haiti, o Egito, Camarões, Etiópia, Mauritânia, Marrocos e Indonésia. O diretor da FAO – Programa das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação –, o francês Jacques Diouf, chegou a afirmar que a explosão do preço dos alimentos estava provocando revoltas que poderiam derrubar governos, como aconteceu, por exemplo, no Haiti. Veio a crise imobiliária dos americanos e a crise dos alimentos foi praticamente esquecida. No Brasil, após a crise, começamos a sentir de novo os efeitos da inflação, sobre todas as classes, com previsões de aumento que são realizadas quase todos os dias pelos agentes que controlam o poder econômico. O que o senhor Diouf queria alertar era para os efeitos revolucionários que essas crises poderiam trazer.
Na época de Jesus, o povo também passava por dificuldades. Havia, além dos problemas alimentícios, problemas de saúde muito sérios a serem resolvidos, e também problemas políticos que são comuns a todos os países.
No evangelho de hoje, de João 6,1-15, olhando para a multidão que está à sua procura, Jesus pergunta para Filipe onde irão arrumar comida para tanta gente. Filipe dá uma resposta como qualquer pessoa poderia dar: “não temos dinheiro suficiente para comprar pão para tanta gente”. Outro discípulo, André, era profundo conhecedor de Jesus. Sua resposta foi diferente em parte à resposta de Filipe: “Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” Mandando a multidão se sentar, Jesus tomou aqueles pães e aqueles peixes que tinham à disposição e distribuiu para aqueles cinco mil homens à vontade. Após a multiplicação dos pães, Jesus pediu que se recolhesse o que havia sobrado e os discípulos recolheram doze cestos. Ao realizar isso, as pessoas quiseram fazer Jesus rei, mas Ele se retirou para um monte.
As palavras de Diouf expressavam o medo que ele tinha Diouf de muitos governos com as possíveis implicações revolucionárias que estavam apenas antecedendo uma crise econômica de dimensões globais. As palavras de Jesus aos seus discípulos não expressavam uma preocupação com uma crise, mas prepararam-nos para experimentar que o mundo precisa de uma resposta bem diferente para os problemas do que aquela que os governos ou as elites internacionais estão dando. A solução das crises não está no dinheiro, mas nos gestos de fé e solidariedade que temos.
Felipe deu uma resposta para o problema como qualquer governo deve dar. André deu uma resposta um pouco diferente. A resposta, para ele, não estava lá fora, mas no meio da própria multidão. Eles tinham cinco pães e dois peixes, que estavam sendo carregados por uma criança. Isso indica que é na simplicidade que se resolvem os problemas e é com o pouco do que temos que podemos transformar no muito que resolverá os problemas do mundo.
Os discípulos viram nos gestos e nas atitudes de Jesus uma proposta revolucionária. Foi com elas que o mundo passou pela revolução mais silenciosa que possa ter existido e chegou até nós. O segredo para essa revolução é a partilha, a solidariedade e a fraternidade. Quando isso acontece, o pão que existe neste mundo é suficiente para todos e se torna o pão do céu antecipado para nós aqui na terra. Que revolução nós precisamos promover no mundo de hoje, para mostrar que somos discípulos de Jesus? Reunamo-nos em torno da mesa do altar, para descobrirmos as propostas de Jesus para o mundo de hoje. Elas serão sempre atuais, quanto mais existir solidariedade e partilha entre nós.
Evento será realizado em sala de aula no bloco A
Inscrições podem ser feitas na internet, basta acessar ucdb.br/possaude