Evangelho do dia: O jejum só tem sentido se servir para uma verdadeira higiene espiritual

19/02/2010 - 0:00 - UCDB

Fonte: Pró-reitoria de Pastoral

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É difícil para as pessoas lidarem com realidades com as quais não estão acostumadas. Geralmente, quando as coisas fogem às nossas expectativas, nós começamos a desconfiar de tudo e de todos. Por exemplo, se uma pessoa parece boa e de repente apresenta uns comportamentos que não são condizentes com a imagem que temos dela, logo nos afastamos dela e passamos a desconfiar de tudo que ela faz.

Jesus foi mostrado por João Batista para os seus seguidores. Muitos deles, entre os quais André, deixaram João e passaram a seguir Jesus. Muitos outros ficaram resistentes, porque não sabiam se a mensagem de Jesus estava ou não de acordo com as tradições de Israel.

No evangelho de hoje, de Mateus 9,14-15, alguns desses últimos discípulos de João vieram até Jesus e lhe perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”.

Os discípulos de João tinham reta intenção. Estavam dentro de uma cultura em que tudo precisava ser explicado nos seus mínimos detalhes. Jesus era fruto dessa mesma cultura, mas estava propondo uma nova maneira de entender certos ritos e prescrições que tornavam o jejum um ato meramente ato social, conforme nós podemos deduzir de diversas citações do evangelho.

Para Jesus, o jejum só tinha sentido se servisse para uma verdadeira higiene espiritual. A sua presença no meio dos discípulos já era suficiente para que eles pudessem viver a alegria plena. Os discípulos haviam entendido isso desde que foram chamados por Jesus. Os discípulos de João é que estranharam as atitudes de Jesus e dos seus discípulos. Por isso, começaram a duvidar do futuro daquele grupo de homens que, seguindo Jesus, pervertiam toda a tradição de Israel. Ao invés de seguir Jesus, os discípulos de João Batista, como também muitos fariseus e mestres da Lei que tinham reta intenção, preferiram seguir por outros caminhos.

Sobre o jejum, é importante que se diga que ele tem uma função de purificação. Na Igreja, ele é vivido sempre como um apelo à conversão. Esse apelo “ressoa continuamente na vida dos batizados. Essa conversão é um compromisso contínuo para toda a Igreja, que é santa, mas reúne em seu seio os pecadores”, diz-nos o Catecismo da Igreja. Essa conversão deve estar sempre acompanhada pela “dor e pela repulsa pelos pecados cometidos, o firme propósito de não mais pecar no futuro e a confiança na ajuda de Deus. Nutre-se da esperança na misericórdia divina”.

Jesus, no trecho lido hoje em nossas comunidades mostra que a pessoa que vive da graça de Deus não precisa fazer penitência, pois vive constantemente na sua presença. No entanto, se não jejuamos por nós mesmos, podemos jejuar também pelos outros e pela sua conversão.

Peçamos a Jesus que nos dê a graça de lidar com as situações diferentes das que vivemos com a capacidade de olhar para os outros propondo uma nova maneira de enfrentar a vida. Assim como Jesus, que nós, ao fazermos jejum, tenhamos em mente que fazemos isso pela conversão dos pecadores.

 

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