24/03/2010 - 0:00 - UCDB
Fonte: Pró-Reitoria de Pastoral
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No dia 13 de maio de 1888, o Brasil amanheceu com a lei da libertação dos escravos, assinada pela Princesa Isabel. É possível imaginar a alegria dos descendentes de africanos que, finalmente, depois de quase mais de trezentos anos se viram alforriados, livres para ir e vir, sem que os capitães do mato fossem à sua procura. A partir daquele dia, ninguém mais seria levado ao pelourinho ou torturado por causa das tentativas de fuga. Bem, em alguns lugares, o fim da escravidão chegou a tarde, e, ainda hoje, infelizmente, deparamo-nos com notícias de libertações de escravos em tantas fazendas deste nosso país.
O que é decisivo na busca da liberdade são as opções que nós fazemos. Nós, cristãos, buscamos a nossa liberdade optando por Jesus. No evangelho de hoje, de João 8,31-42, Jesus pediu aos judeus para permanecerem na sua verdade para se tornarem seus discípulos. Em Jesus, eles conheceriam a verdade e a verdade os libertaria. Os judeus disseram que jamais haviam sido escravos de alguém. Jesus, porém, falou que eles eram escravos do pecado. Se acreditassem nele, seriam libertos dessa escravidão.
A discussão se tornou acalorada. Jesus acrescentou que se eles fossem filhos de Abraão aceitariam as suas obras. Eles, então, disseram que seu único pai era Deus. Jesus concluiu: “Se Deus fosse vosso pai, vós me amaríeis, porque eu saí de Deus. É dele que eu provenho, porque não vim de mim mesmo, mas foi ele quem me enviou”.
Também o mundo de hoje precisa de uma carta de alforria assinada por Deus a fim de se verem livres dos seus pecados. Nós vivemos cercados pela violência, pela corrupção, pelo adultério, pela falta de sensibilidade com os sofrimentos dos mais fracos, entre tantas outras coisas. A nossa única opção é fazermos comunhão com Deus e sermos sensíveis com os pequeninos. Não podemos nos deixar escravizar pelos nossos próprios interesses deixando de lado Deus e os irmãos. Esses interesses podem vir até com uma roupagem religiosa, quando nós usamos até o nome de Deus para tirar proveito dos outros.
Jesus não suporta isso. Por isso, dá a sua sentença condenatória para os seus conterrâneos. Para Jesus não pode haver contradição em quem o segue. Ou servimos a Ele ou a outros deuses. Todas as vezes que não damos valor ao próximo e às obras que Jesus realiza, deixamos de nos sintonizar com o Pai.
E mais: nós precisamos amar mais a Jesus. E fazemos isso de maneira singela, no serviço aos irmãos, ajudando-os em suas necessidades e também fazendo com que conheçam mais o próprio Jesus. Dessa maneira, cada um saberá o sentido da liberdade e o significado da verdade. Jesus é a verdade que nos liberta, mas nós só somos livres se o amarmos.
A ação de Jesus é justamente mostrar para nós a realidade na qual vivemos e desmascarar as nossas contradições, ensinando-nos uma verdade que realmente liberta. A carta de alforria da humanidade, portanto, precisa ser baseada na verdade. No encontro com Jesus é que recebemos essa carta, que nos abre em definitivo o caminho para a verdadeira vida. A nossa libertação não precisa de Lei Áurea. Ela precisa, sim, de ser instalada dentro de nós. Só Jesus pode fazer isso!
Senhor, aceito vossa palavra, entrego-me todo a vós, para que me façais participante de vossa vida divina. Quero seguir-vos como mestre, pensar como pensais, agir como agis. Afastai de mim toda ilusão da mentira e do orgulho. Percebo ainda em mim toda a força do pecado que me leva à morte. Libertai-me cada vez mais do mal, para que enfim eu possa ser o que quereis de mim. Amém.
Evento será realizado em sala de aula no bloco A
Inscrições podem ser feitas na internet, basta acessar ucdb.br/possaude