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Na parábola de hoje, tirada do evangelho de Lucas 19,11-28, Jesus toma como referência um acontecimento do seu tempo. Arquelau, filho de Herodes, o Grande, depois da morte do pai, teve que ir a Roma para receber a investidura real do senado romano. O historiador judeu, Flávio Josefo, conta que os judeus mandaram uma comitiva ao encontro de Arquelau para pedir que ele não reinasse em Israel.
Jesus fala de um homem que teve que partir a fim receber a investidura do poder, mas antes deixou os seus servos livres para agir, administrando tudo o que tinha.
O evangelho diz que Jesus conta a parábola para aqueles que “acreditavam que o Reino de Deus deveria se manifestar a qualquer momento” e o aguardavam com impaciência, para que finalmente Deus tomasse as rédeas e passasse a governar o mundo.
Jesus, ao contrário, dá a entender que Deus não tem pressa, que não quer intervir imediatamente na ordem do mundo e que Ele mesmo, Jesus, não tomará logo o poder em Israel.
Antes, fará uma longa viagem durante a qual os homens, fiéis ou infiéis, são livres. Quem é fiel não deve temer essa liberdade, mas acolhê-la com confiança.
O Senhor nos dá realmente a liberdade e nós devemos realmente usá-la, se quisermos ser fiéis a Ele. Se raciocinarmos como o servo pusilânime: “aqui estão as tuas cem moedas que guardei num lenço, pois eu tinha medo de ti, porque és um homem severo”, nós não seremos sequer dignos de ser chamados de cristãos.
Na nossa vida espiritual, há a tentação de nos apoiar naquilo que é seguro, ter medo de assumir qualquer iniciativa, de fazer algo grandioso. As coisas mais seguras agradam mais.
Porém, esse não é o jeito de Deus. O risco é necessário, diz o Senhor, ao menos o risco de jogar com o mesmo jogo do mercado, colocando o dinheiro no banco. É um risco: o dinheiro não é meu, mas, dependendo da maneira como é aplicado, ele poderá render muito mais.
Portanto, devemos arriscar, ter espírito de iniciativa, ser criativos. Deste modo, honraremos a Deus, criador, e nos assemelharemos a Ele, que sempre aposta em nós.
Este é o ensinamento do evangelho de hoje. Para fazer aquilo que agrada a Deus, devemos arriscar, aproveitar da nossa liberdade como pagamento para produzir verdadeiramente frutos bons para Ele e para todos os irmãos.
“Senhor, as cem moedas renderam dez vezes mais”. E Deus responde: “Muito bem, servo bom. Como foste fiel em coisas pequenas, recebe o governo de dez cidades”.
Será que Deus falaria isso para os nossos governantes hoje em dia? Será que Deus falaria isso para os gestores de tantas empresas que atuam no mercado brasileiro?
Peçamos a Deus que captemos o sentido da sua vontade que nos quer livres, criativos, para glorificá-lo. Ao contrário dos judeus, nós iremos pedir para que Ele venha, para estabelecer um governo no qual superabundem os valores da justiça, da paz e da solidariedade.
Apresentações continuam nesta terça e quarta-feira no auditório do bloco A