Evangelho do dia: O rosário me agrada

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É claro o motivo que inspirou para a festa de Nossa Senhora do Rosário a escolha do evangelho de Lucas 1,26-38. O texto contém as primeiras palavras da Ave Maria: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo”. Nós repetimos essas palavras repetimos tantas vezes quando rezamos o Rosário. É uma maneira de nos pôr na presença de Maria e, ao mesmo tempo, na presença do Senhor, porque “o Senhor está com ela”, de ficar de maneira simples com Nossa Senhora, revivendo com ela todos os mistérios da vida de Jesus, todos os mistérios da nossa salvação.
O evangelho da anunciação, à primeira vista, apresenta-nos somente um mistério, mas, se olhamos com atenção, aí se encontram todos os mistérios do Rosário: a anunciação, mas também a visitação, porque nele se nomeiam Isabel e o nascimento de Jesus: “Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus”.
Também os mistérios gloriosos são nele anunciados: “Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. É na ressurreição e na ascensão que Jesus recebe a dignidade de rei messiânico, a glória eterna do Pai. Portanto, nesse evangelho estão também os mistérios gozosos e os mistérios gloriosos.
Parece que faltam os mistérios dolorosos, mas eles também são encontrados no texto, não descritos, mas no seu princípio. Pensemos na resposta de Maria ao anúncio do anjo: não é um grito de vitória, mas uma palavra de humildade: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”. Essas palavras colocam Maria em profunda consonância com o Servo do Senhor anunciado por Isaías, o Servo que será glorificado, mas antes será humilhado, condenado, morto, “carrega os nossos pecados”. Maria sabe, por inspiração do Espírito Santo, que os mistérios gloriosos não podem chegar sem passar pela obediência confiante e dolorosa ao projeto de Deus.
Os mistérios do Rosário são uma só unidade, e é importante saber que em cada mistério gozoso está a raiz de todos os mistérios gloriosos e também dolorosos, como caminho para chegar à glória.
Há um pequeno texto beneditino sobre o Rosário que é bom lembrar hoje: “Reze o teu rosário, diz Deus, e não fique ouvindo os tolos que dizerem que é uma devoção ultrapassada e destinada a desaparecer. Eu sei o que é a piedade, ninguém pode dizer que eu não entendo, e posso dizer que gosto de rezar o Rosário, quando o rezo bem. O Pai Nosso, as Aves Marias, os mistérios do meu filho que meditais, fui Eu que vos dei. Essa oração, Eu vos digo, é como um raio de Evangelho, ninguém a mudará. O Rosário me agrada, diz Deus, simples e humildade, assim como meu Filho e sua Mãe”.
Renovemos, se necessário for, a nossa estima pelo Rosário. Certamente é preciso rezá-lo com respeito, e é melhor rezar duas dezenas sem pressa do que cinco sem refletir nas palavras que pronunciamos. A oração com serenidade é uma maneira de estar na presença de Cristo em companhia de Maria.
Peçamos a Nossa Senhora que nos ajude a compreender profundamente a unidade do mistério de Cristo, para que Ele possa agir em nós e em todos os acontecimentos da nossa vida.

Fonte: La Chiesa