Evangelho do dia: O Senhor promete e abençoa o seu povo com a paz

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No livro do Levítico, o Senhor promete que estabelecerá a paz em Israel e que o povo país dormirá sem que ninguém o aterrorize. Ele fará desaparecer da terra israelita os animais ferozes, e a espada não passará pelo país. Os Salmos também falam de paz: “Em paz, logo que me deito, adormeço, pois só tu, Senhor, me fazes descansar com segurança”. Os Salmos também falam da grande esperança de Israel: “os humildes herdarão a terra, vão se alegrar com uma paz imensa”.

A paz sempre foi uma ânsia do ser humano. Existe até um símbolo para ela: a pomba branca. O dicionário define a paz em relação ao país e em relação ao indivíduo da seguinte maneira: em relação ao país: situação de uma nação ou de um Estado que não está em guerra; e, em relação ao indivíduo: estado de espírito de uma pessoa que não é perturbada por conflitos ou inquietações; calma, quietude, tranqüilidade.

No evangelho de hoje, de Lucas 12,49-53, Jesus diz: “Fogo eu vim lançar sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! Um batismo eu devo receber, e como estou ansioso até que isto se cumpra! Pensais que eu vim trazer a paz à terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer a divisão. Pois daqui em diante, numa família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas e duas contra três; ficarão divididos: pai contra filho e filho contra pai; mãe contra filha e filha contra mãe; sogra conta nora e nora contra sogra”.

O mundo de hoje parece não ter sossego. As notícias são de violência, guerra, fome, acidentes, terremotos, tsunamis, furacões. Olhando assim, parece que não é possível se falar em paz. Mas é, apesar das palavras fortes de Jesus. Na verdade, Lucas quer nos falar do que vai acontecer quando Jesus tiver encerrado o seu ministério e das dificuldades que os discípulos enfrentarão em sua missão. A divisão de que Jesus fala é aquela provocada pela ruptura com a paz de um mundo que se submete aos ditames dos poderosos. Toda família que se identificar com essa paz será dividida. O que Jesus propõe abala até as estruturas tradicionais sobre as quais uma família se assenta.

Já se disse que a paz não é ausência de guerra. São Paulo falava para os cristãos não viverem uma paz de aparência. O cristão vive a verdadeira paz que é realização da promessa de Deus. A paz de que hoje necessitamos é a vida com qualidade, saúde, educação; a paz de que hoje necessitamos deve também ser o cuidado com o meio ambiente para que não nos falte água, para que tenhamos água de qualidade; a paz que sonhamos é aquela que o Senhor nos pode dar, conforme Ele prometeu ao povo hebreu e que pode nos dar forças para enfrentar os problemas da vida; a paz pela qual ansiamos é aquela que cria um clima de harmonia na família.

Se vivermos isso, certamente iremos provocar uma revolução em nossa sociedade. As nossas famílias não ficarão divididas e o fogo que Jesus vai mandar servirá apenas para aquecer os nossos corações para nos lembrar das nossas obrigações de batizados: lutar para que possamos herdar o mundo de paz que o Senhor nos quer oferecer. É assim que o Senhor abençoa com a paz o seu povo.