Evangelho do dia: Os apóstolos foram antes os estagiários de Jesus

04/02/2010 - 0:00 - UCDB

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Hoje em dia, está muito difícil arrumar o primeiro emprego. As empresas preferem pessoas com certa experiência profissional. Às vezes, porém, descartam os mais velhos, por falta de dinamismo e adequação às novas tecnologias, e os mais jovens, por falta de experiência. O governo até criou um programa destinado a ajudar os jovens na difícil tarefa de entrar para o mercado do trabalho. As universidades também devem seguir normas rigorosas quanto ao oferecimento de estágios, para ajudar os acadêmicos a se prepararem na sua futura área de atuação.

Quando chamou os seus discípulos, eles enfrentaram um aprendizado longo e penoso, mas também gratificante. Andavam de um lado para outro com seu Mestre, atravessando a pé a Galileia, cruzando os mares agitados, retirando-se com Ele para rezar e para aprenderem como deviam dirigir as nações, até, por fim, chegar a Jerusalém, onde Jesus foi crucificado.

À medida que o aprendizado dos discípulos foi se tornando mais exigente, Jesus também os fez passar por um estágio. Segundo o evangelho de hoje, de Marcos 6,7-13, Jesus enviou os discípulos dois a dois dando-lhes seu próprio poder e autoridade para curar os doentes, ungindo-os com o óleo e para poder expulsar os espíritos impuros.

Não havia uma cartilha a ser seguida pelos discípulos. No entanto, Jesus deu-lhes algumas recomendações importantes. Não deveriam levar nada na sua caminhada. A única coisa que lhes foi permitido levar foi um cajado. Deveriam ir com as sandálias e não carregar duas túnicas. Na sua relação com o povo, deveriam agir da seguinte forma: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!”

Essa experiência dos discípulos foi um estágio prático que Jesus lhes deu como tarefa e missão. Depois de tantas andanças com eles; depois de tantas aulas práticas de cura, de perdão e de acolhida, os discípulos também sentiam a necessidade de mostrar serviço. Jesus não se negou a dar-lhes essa oportunidade.

Todo estagiário procura preservar o interesse da escola na qual está se formando. Os discípulos também agiram de acordo com a formação que Jesus lhes ofereceu. Foram obedientes em tudo. Levaram consigo apenas o mínimo necessário – um cajado – e autoridade de Jesus e descartaram todo o supérfluo – dinheiro, bolsa, roupa. Se Jesus lhes havia mostrado como impor as mãos, eles fizeram o mesmo; se Jesus ungia, eles também ungiram as pessoas, para dar-lhes o alívio na doença; se Jesus expulsava os espíritos maus, eles também tinham poder para fazer isso.

Logicamente, nem todos veem com bons olhos os estagiários. Por isso, Jesus preparou os seus discípulos para tudo, inclusive para a rejeição. Se fossem bem acolhidos, deveriam ficar na casa que os havia acolhido; se fossem mal acolhidos, deveriam sacudir a poeira das sandálias contra a cidade que não lhes desse ouvidos.

Os estagiários, para serem bem sucedidos, devem saber trabalhar em equipe. Por isso, Jesus não enviou os discípulos sozinhos, mas em grupos de dois. Cada cidade seria uma empresa e se um não soubesse como resolver um problema o outro ajudaria.

O despojamento dos discípulos na sua caminhada também tem um sentido muito importante no evangelho de hoje. Na verdade, hoje não saímos de casa sem um celular, um aparelho de mp3 ou iphone; alguns são mais sofisticados e levam um palm ou HP pocket ou mesmo um notebook. O fato de estar aparelhados nos dá segurança naquilo que vamos fazer.

Para Jesus, tudo isso pode ser importante, mas se não houver o essencial de nada adianta toda essa parafernália. E seus estagiários – os discípulos – somente precisavam de uma conexão: aquela do coração ligado a Ele mediante a fé, que era representada pelo cajado. Foi por isso que eles puderam realizar curas, expulsar os espíritos impuros mediante a unção com o óleo.

O sucesso do estágio dos discípulos foi importante porque quando chegou a hora em que Jesus já não estava mais com eles, eles estavam preparados para assumir o lugar do Mestre. E fizeram isso tão bem que mais de 1 bilhão de seres humanos acreditam e aceitam Jesus como salvador.

E nós: será que seríamos pelo menos estagiários de Jesus? Nossa fé é vivida com criatividade ou precisamos mudar a nossa antena para nos sintonizar com Jesus? Se a faculdade da fé que fazemos todos os dias está sendo suficiente, certamente nós ainda podemos dar a nossa contribuição para que o nome de Jesus se torne mais conhecido entre os seres humanos. Não precisamos muita coisa: basta a fé e a certeza de que Ele está conosco!